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Quatro países da CPLP estão entre os 50 piores lugares do mundo para se nascer mulher

Leya

 

O alto número de casamentos infantis – antes dos 18 anos de idade – e de meninas grávidas na adolescência coloca quatro países de língua portuguesa entre os 50 piores países do mundo para se nascer mulher, segundo o relatório Every Last Girl, divulgado pela organização não-governamental internacional Save The Children.

 

Portugal é o país que melhor se saiu na avaliação, ocupando a 8ª posição entre os 144 países analisados. Timor-Leste fica a meio da lista, ocupando o 66º lugar.

 

A situação dos demais países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), no entanto, é vergonhosa: do total de sete países incluídos no estudo, os demais cinco estão na segunda metade da lista, sendo que quatro figuram entre os 50 piores países para se nascer mulher. As colocações são: São Tomé e Príncipe (93º), Brasil (102º), Guiné Equatorial (119º), Guiné-Bissau (125º), Moçambique (130º).

 

Cabo Verde e Angola não foram incluídos no estudo.

(Imagem: Unsplash)
(Imagem: Every Last Girl)

 

O relatório destaca ainda o fato de o Brasil estar apenas três posições à frente do Haiti, mesmo tendo renda média considerada alta, enquanto a ilha é um dos lugares mais pobres do mundo.

 

O relatório da Save The Children leva em consideração para o ranking alguns fatores em especial – taxas de casamentos infantis, gravidez na adolescência, mortalidade materna, representatividade feminina no parlamento e índice de conclusão do ensino médio pelas garotas. O estudo também aborda outras questões que influenciam a qualidade de vida das meninas pelo mundo, como acesso a serviços de saúde e educação sexual, violência de gênero, suscetibilidade a conflitos e desastres, além da exclusão econômica.

 

Clique AQUI para ler o estudo completo (em inglês)

 

Em alguns casos, a fragilidade das garotas está especialmente relacionada à condição social delas. O documento observa que “na maioria dos países, garotas de famílias pobres são alvos preferenciais do casamento prematuro do que seus pares de famílias ricas”. E ainda que “as garotas de algumas regiões em particular de alguns países são desproporcionalmente afetadas” pelo casamento infantil. Este é o caso da Etiópia, em que, em algumas regiões, 50% das meninas se casam antes dos 18 anos. Na capital, Adis Abeba, a taxa é de 12%.

 

Representação feminina

Por outro lado, de acordo com informações da Agência Brasil, alguns países pobres têm desempenho consideravelmente positivo em algumas questões, como a voz feminina na política. Ruanda é o país do mundo com maior representatividade feminina no parlamento, com 64% de congressistas mulheres. Este fator coloca o país na 49ª posição no ranking, mais de 50 pontos à frente do Brasil, que tem apenas 10% de deputadas federais e 15% de senadoras.

 

– Ouvir as garotas e valorizar o que elas dizem ser suas necessidades é essencial para determinar políticas que vão permitir que essas necessidades sejam conhecidas. Amplificar as vozes das garotas é condição central para cumprir a promessa da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável de não deixar a ‘ninguém para trás’ – pontua o relatório.

 

A questão da representatividade feminina na política é o único fator que pesa contra Suécia, Finlândia e Noruega, os três melhores países para se nascer garota, segundo o ranking. Nesses países, o índice de mortalidade materna e de casamento infantil é zero e as taxas relativas a não conclusão do ensino médio ou de gravidez na adolescência são muito baixas. A baixa quantidade de mulheres no parlamento é o único fator negativo que aparece relacionado a eles.

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