Incerteza é a palavra que mais se pode evidenciar quando se fala da política em Moçambique neste momento. Esse facto deriva de uma crise política que se prolonga desde o dia 15 de Outubro (2014) e que se agudizou com a contestação dos resultados eleitorais da Renamo, com alegada fraude eleitoral.
Como forma de minimizar essa crise, a Renamo (maior partido da oposição) apresentou um projecto de lei intitulado Autarquias Provinciais, para procurar governar nas províncias onde teve maioria nas eleições de 15 de Outubro.
Esta proposta foi submetida à Assembleia da República, tendo sido analisada e reprovada no dia 30 de Abril com o voto maioritário da Bancada da Frelimo (partido no poder) e consubstanciado pelo parecer da Comissão dos Assuntos Constitucionais, Direitos Humanos e de Legalidade. Esta atitude manifesta da Frelimo veio a agudizar as relações entre o partido no poder e a oposição.
Afonso Dhlakama, presidente da Renamo, disse após a reprovação do projecto que o futuro é incerto e que irá governar dentro de dois meses, a todo custo, nas províncias em que venceu. Discurso corroborado pela Chefe da Bancada Parlamentar do partido na Assembleia da República, Ivone Soares.
Em paralelo a este processo, decorre o diálogo entre o governo e a Renamo, que conta com mais de cem rondas negociais sem soluções à vista e com desentendimentos consecutivos entre as partes.
Nos próximos dias perspectiva-se um encontro frente-a-frente entre o Presidente da República, Filipe Nyusi e Afonso Dhlakama, líder da Renamo.