(Imagem: Reprodução Diário Imobiliário)
Alexandre Farto, o artista plástico português mais conhecido como Vhils, foi recentemente ao Brasil chamar à atenção para a necessidade de preservar o modo de vida tradicional das comunidades indígenas.
O modo escolhido para o fazer foi montar uma exposição onde esculpiu, recorrendo à técnica de cinzelagem, com um martelo perfurador sem fios, na fachada de um prédio em Recife, bem como em várias portas, os rostos de vários índios da comunidade Araçaí e documentou tudo num filme, que o mesmo intitulou de “Incisão”.
O documentário dá a conhecer a pequena vila de Araçaí, de onde foram expulsas pelo governo no início do século mais de 90 pessoas, que assim, ficaram para sempre separadas das suas terras e comunidades ancestrais.
As obras do autor português servem para imortalizar os rostos daqueles que a história e o tempo teimam em querer esquecer.
“Há cada vez mais uma incompatibilidade do sistema vigente de aceitar modos de vida diferentes. Tudo bem que o mundo evoluiu e a condições de vida melhoraram bastante nos últimos 20/30 anos, mas a que custo? Ao mesmo tempo que estamos a ganhar uma série de coisas, estamos a perder aquilo que nos fazia diferentes e especiais em cada ponto do mundo” reflete o artista no seu filme.
“O mundo está cada vez mais globalizado e uniformizado e pouco espaço tem para modos alternativos de vida” acrescentou.