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Vestido ajuda a registar e a detetar o assédio sexual

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Os números não mentem: a cada segundo, uma mulher é assediada no Brasil. Segundo os relatórios da organização Relógios da Violência, do Instituto Maria da Penha, por dia, cerca de 25 mil mulheres brasileiras são vítimas de assédio sexual na rua, independentemente da hora ou ocasião.

 

Tendo em conta estes números e baseando-se nos desabafos femininos, uma equipa de investigadores decidiu ir mais longe. Depois de colocarem as mãos na massa — ou melhor escrevendo, na tecnologia —, os pesquisadores brasileiros desenharam um vestido especial (“the dress for respect”; o vestido para o respeito), no qual implementaram um conjunto de sensores.

 

A peça de vestuário foi programada para detetar e reagir a estímulos físicos, emitindo, consequentemente, um sinal para um computador. Deste modo, vão sendo contabilizadas as vezes que estes são ativados. Qual a finalidade? Estabelecer uma média de “apalpadelas” e de toques intrusivos — comportamentos de assédio sexual —, sentidos pelo sexo feminino, durante uma saída noturna.

 

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A equipa de investigadores estava ciente que cerca de 86% das mulheres brasileiras já haviam admitido que foram vítimas de assédio sexual, em ambientes noturnos (discotecas, bares, pubs, cafés, etc.). Desta forma, foi elaborada uma experiência social, na qual participaram três elementos do sexo feminino. O experimento focou-se em registar o número de vezes que estes foram abordados e assediados sexualmente. Em três horas e 47 minutos de testeforam registados 157 toques nas três mulheres que se sujeitaram ao ensaio. Por hora e em média, foram contabilizados 40 toques.

 

O resultado desta experiência foi gravado e divulgado numa campanha comercial, de uma reconhecida marca de refrigerantes mundial (Schweppes). Registar e demonstrar que o assédio sexual é uma realidade frequente foi o principal mote da estratégia de marketing.

 

Deixamos-lhe a compilação da experiência em vídeo.