As intenções do governo equatoriano de perfurar petróleo ao longo de sete milhões de acres da Amazônia foram frustradas pela vitória do povo Waorani, de Pastaza, em um processo histórico no Equador. Além de interromper o leilão de 16 blocos de petróleo, ainda conseguiram, com a decisão, proteger outro meio milhão de acres que estariam na mira da perfuração.
“Este é um importante precedente para os direitos indígenas em toda a Amazônia. Hoje, a corte reconheceu um padrão de fraude, má-fé e táticas manipuladoras na tentativa do governo equatoriano de destinar as terras do povo Waorani à extração de petróleo. Este é um enorme passo em frente na batalha para garantir que os direitos dos povos indígenas sobre as suas terras sejam respeitados”, afirmou o diretor-executivo da Amazon Frontlines, Mitch Anderson.
Garantir os direitos dos povos indígenas e dizer “não” a projetos destrutivos é fundamental para proteger, além do povo, a floresta amazônica. E, com isso, ajudar a interromper a mudança climática. A decisão legal abre precedentes para outros processos que estejam na mesma linha de questionamento de empresas petrolíferas.
O porta-voz dos Waorani de Pastaza, Oswando Nenquimo, no entanto, diz que a história está longe do fim. “O tribunal reconheceu que o governo violou o nosso direito de viver livre e de tomar as nossas decisões sobre os nossos territórios”, afirmou. “Mas a luta está longe de terminar. O governo vai apelar porque eles ainda querem o petróleo que está sob a nossa terra. Nações indígenas em toda a Amazônia e o mundo devem se unir para proteger nossas casas”, apelou.