Um artigo publicado pela revista britânica The Economist afirma que a saída da presidente Dilma Rousseff do poder daria ao Brasil a chance de um “novo começo”. Para a revista, “a maneira mais rápida e melhor para Dilma deixar o Planalto seria renunciar antes de ser derrubada”.
O artigo, disponível no site, estará na edição impressa, que chega às bancas ao final de semana. De acordo com a publicação, no entanto, a renúncia não resolveria os problemas do Brasil. Para que isso ocorresse seriam necessárias amplas reformas, entre elas a tributária e a política.
“A guerra política do Brasil camufla algumas das lições mais importantes da crise. Tanto o escândalo Petrobras quanto a crise econômica têm suas origens nas leis e práticas atrasadas. Para tirar o Brasil de sua bagunça é necessária uma ampla mudança: controlar os gastos públicos, inclusive os previdenciários, reformar as leis fiscais e trabalhistas e reformar o sistema político atual que encoraja a corrupção e enfraquece os partidos políticos”, diz trecho da publicação.
A revista defende ainda que o impeachment de Dilma, diante da ausência de provas criminais, seria injustificado. “O processo contra ela no Congresso se baseia em alegações não comprovadas de que teria usado truques de contabilidade para esconder a verdadeira dimensão do deficit orçamentário em 2015. Isso parece um pretexto para expulsar um presidente impopular”.
A publicação diz que um impeachment baseado na “voz das ruas”, abre um precedente preocupante, uma vez que “democracias representativas não deveriam ser governadas por protestos e pesquisas de opinião”.
Na semana passada, a mesma publicação considerou violação de privacidade a divulgação da conversa telefônica entre a presidente Dilma e Lula.