(Imagem: Reprodução wikimedia)
Áreas de exploração da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) poderão vir a atingir, ambientalmente, as terras indígenas no Amazonas e no Maranhão.
– No caso tanto da Bacia do Parnaíba quanto da Bacia do Amazonas, o que apurámos é que vários destes blocos estão a poucos metros dos limites de demarcação das terras indígenas. Para além disso, existe a possibilidade de que alguns desses blocos incidam sobre terras indígenas ainda não regularizadas – afirmou Conrado Rodrigo, coordenador do Centro de Trabalho Indigenista, ao portal EBC.
Sete blocos de exploração de petróleo rodeiam no mínimo 15 áreas do povo indígena Mura. Na bacia do Parnaíba, no Maranhão, são 12 as terras pertencentes a diversos povos indígenas (povos Timbira, Awá Guajá, Guajajara, entre outros) que podem ser afetadas.
Segundo a organização, a exploração petrolífera dessas áreas poderá trazer problemas como a desflorestação (desflorestamento), a poluição da água, o afugentamento de animais utilizados na alimentação dos índios e até o aumento da transmissão de doenças.
O Centro de Trabalho Indigenista declarou ainda que as diretorias de Proteção Territorial e de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável estão a verificar se as explorações incidem no território com registo de índios isolados e se atinge áreas com reivindicação fundiária.
A ANP afirma que avalia os casos antes de ser concebido o direito da exploração e que os blocos não alcançam as terras indígenas. A grande questão é que fronteiras na natureza não são como linhas em campo de futebol. Toda a fauna e flora é sensível ao que acontece num extenso raio de onde se encontra fisicamente.