Tendo como argumento a caducidade do acordo de cooperação no sector de comunicação social, assinado em Lisboa e Bissau, viram-se assim suspendidas as actividades da RTP, RDP o que inicialmente também incluía a Agência Lusa. No entanto, o ministro da Comunicação Social daquele país lusófono, informou que a Lusa continuaria a operar na Guiné-Bissau dado que se tratam de acordos diferentes.
O Governo Português reagiu através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, classificando o acto como “um atentado à liberdade de expressão e à liberdade de imprensa”, enquanto que o executivo guineense defende-se, tendo Jorge Malú, ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação Internacional e Comunidades da Guiné-Bissau, discordado categoricamente, reforçando a existência de uma pluralidade de órgãos de comunicação social funcionando no país com total liberdade.
O Executivo Guineense mantém a justificação da medida, como fruto do silêncio de Portugal, no que toca a uma resposta favorável, no intuito de haver renegociação dos acordos que permitiram esses canais poder actuar no país.
“Estas emissões constituem há muito uma janela da Guiné-Bissau para o mundo; são também o lugar de encontro dos povos lusófonos onde, todos os dias, sabemos uns dos outros” pronunciou a RTP face à situação.
Alberto Nambeia, líder partidário do PRS, segunda maior força política do país, que também faz parte do Governo liderado pelo primeiro-ministro, Umaro Sissoco Embaló, pronunciou que o partido em questão não foi consultado, nem antes nem depois da decisão do Governo de suspender as emissões da RDP e RTP África no país.
A Guiné-Bissau tem alegadamente vivido uma situação de crise institucional desde as últimas eleições, uma situação que a ONU tem vindo a acompanhar com grande preocupação e em particular este acontecimento da suspensão dos canais portugueses, segundo a recente intervenção do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.