Conexão Lusófona

Suprema decisão

(Imagem: Reprodução)

 

As eleições já começaram e a má notícia é que, como sempre, você não vai escolher seu prefeito. Você poderá eleger um entre vários apresentados, mas, com certeza, não terá a chance de manifestar sua opinião sobre quem realmente você gostaria que ao menos concorresse. Quando digo isso me refiro à maioria absoluta das pessoas comuns, as que são obrigadas a “exercer a cidadania” votando em quem já foi escolhido por aqueles que vivem da política.

 

Eu explico: alguém já lhe perguntou quem você indicaria para concorrer à prefeitura da sua cidade? Imagino que não. Talvez tenha respondido à uma pesquisa, mas não opinou de forma oficial onde sua sugestão ou indicação fosse levada a sério.

 

Vamos fazer uma análise simples: no Brasil são cerca de 142 milhões de eleitores aptos, sendo somente 15 milhões deles (pouco mais de 10%) pessoas filiadas a algum partido. E, como se sabe, são os partidos que indicam e definem seus candidatos. Ainda, a grande maioria dos filiados serve apenas para fazer volume, pois não têm opinião alguma sobre o que está acontecendo e “engolem” o que o primeiro escalão determinou – geralmente pautado por imposição ou conchavos. Portanto, a grande maioria dos eleitores sequer pôde indicar ou sugerir um candidato. É a chamada “massa de manobra” (você já ouviu esse termo!).

 

Agora vem a segunda parte: a campanha eleitoral. Vão te entupir de mentiras, promover debates idiotas, acusar uns aos outros, usar de jogadas judiciais para incriminar o adversário, trair, ser traídos, comprar votos, além de poluir e sujar a cidade que desejam gerenciar.

 

Daí, quando você se prepara para apertar o botão da urna eletrônica, tudo já está pronto para que vote em dois ou três candidatos que já foram escolhidos e assim … só lhe resta escolher um escolhido (?). A cama já estava preparada, se é que me entende.

 

Bom, aí você pergunta o que pode fazer então. E chega à angustiante conclusão que não pode fazer quase nada. E isso é verdade, tudo está sistemicamente arranjado para que assim seja. Amém.

 

Mas fique atento, nem tudo está perdido. Embora o discurso venha da mesma forma que propagandas de banco, dizendo que você é a pessoa mais importante do mundo, basta não acreditar, questione, desconfie. Talvez isso o torne menos manipulável.

 

Um bom começo é quando lhe oferecerem para encher seu tanque de combustível, não aceite. E se decidir por aceitar (culpando a crise ou sei lá o que) faça por sua conta e risco, não convença ninguém para seguir seu caminho barato e corrupto.

 

Sei que entendeu que não há nenhuma ideologia nesse jogo, e pior que isso, você não faz parte dele. É somente um peão. Então, não seja mais um bobo voluntário. Me desculpem os cabos eleitorais, nada contra sua “profissão”, mas esse recado vai para os milhares de cidadãos que realmente elegem alguém – infelizmente alguém já escolhido, mas quem sabe um dia essa situação mude. Quem sabe, e acredito nisso, os jovens dessa nova geração não se deixem enganar tão facilmente por coronéis, hipócritas e aproveitadores.

 

Boa votação!

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