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Projeto torna sotaque carioca patrimônio imaterial do Rio de Janeiro

(Imagem: Fernando Maia, Riotur)

O jeitinho carioca de falar, com seu chiado característico, poderá ser declarado patrimônio imaterial da cidade.

O projeto foi apresentado em 2013 pelo ex-prefeito e atual vereador Cesar Maia (DEM). Na semana passada, a proposta foi aprovada pela Câmara Municipal e agora está com o prefeito Eduardo Paes (PMDB), para sanção ou veto.

Ao justificar o projeto, Maia afirma que o jeito de falar carioca é “quase um dialeto”. A lei declara “a pronúncia da língua portuguesa que é característica do Rio de Janeiro” como patrimônio imaterial da cidade. Se sancionada, a Prefeitura do Rio fará os “registros necessários nos livros próprios do órgão competente”.

O grito das apurações de escola de samba “Dez, nota dez” entoado pelo locutor Jorge Perlingeiro a cada nota máxima, foi a primeira expressão a receber a condecoração por retratar o ‘carioquês’ em sua essência. A expressão criada originalmente por Carlos Imperial em 1984 (clique aqui para assistir ao vídeo) (ano de inauguração do sambódromo) é considerada um ‘Monumento Linguístico’.

Com a sanção da nova lei, ao grito do samba se juntarão as gírias e trejeitos que já se fundiram à cultura local com seus ‘erres’ e ‘esses’ arrastados, seja num doce balanço a caminho do mar ou pelo caminhar malandro nas esquinas do subúrbio.

A cidade do Rio de Janeiro tem 57 bens imateriais reconhecidos pelo município, entre eles o samba, as escolas de samba, o choro, a bossa nova, os blocos Cordão da Bola Preta e Cacique de Ramos, a obra literária de Machado de Assis, os vendedores de mate e biscoitos de polvilho das praias cariocas e as festas de Iemanjá.

 

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