Com trabalhos criados desde a década de 70, as habitações sociais do arquiteto português Álvaro Siza Vieira serão a base do trabalho que irá representar Portugal na 15ª edição da Bienal de Veneza, que acontece entre os dias 28 de maio e 27 de novembro deste ano.
Foi na cidade do Porto, assim com em Berlim, na Alemanha, em Haia, na Holanda, e em Veneza, na Itália, que os bairros sociais foram projetados por Siza Vieira. No Porto, a construção do Bairro da Bouça foi iniciada em 1975, mas foi interrompida dois anos depois. O projeto foi finalizado e reabilitado em 2006, e o objetivo era que o bairro social trouxesse liberdade aos moradores, a fim de representar um verdadeiro “direito à cidade”, com a comunicação entre os pátios e galerias interiores.
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(Imagem: Manuel V. Botelho, via Wikimedia cc)
A representação de Portugal por Siza Vieira está diretamente relacionada ao tema “Reporting from the front” da 15ª Bienal de Veneza, em que a qualidade de vida é o principal enfoque em um novo projeto arquitetônico, como define o curador da Bienal, o arquiteto chileno Alejandro Aravena: “Cada vez mais pessoas procuram no mundo um lugar decente para viver, e as condições para conseguirem isso tornam-se mais e mais difíceis a cada hora que passa (…) A arquitetura é olhar para a realidade com um objetivo definido”.
O trabalho será apresentado em Veneza, onde já foi desenhada na década de 80 a ilha de Giudeca, também com os mesmos conceitos de bairro social, ainda não totalmente concluída. Os curadores responsáveis pela representação portuguesa da Bienal, Nuno Grande e Roberto Cremascoli consideraram natural a escolha de Siza para representar Portugal. Siza Vieira já ganhou o Leão de Ouro, o prémio de carreira, em 2012, também em Veneza.