Por Giovana Branco
Situações complicadas da vida da narradora são tratadas com humor para caracterizar seus momentos de pânico e amor.
No livro Depois a louca sou eu, Tati Bernardi retrata situações complicadas de sua vida, usando o humor para caracterizar seus momentos de pânico e amor.
O leitor tem muito com o que se identificar nesse livro de memórias, uma vez que todo mundo algum dia já se encontrou perdido em seus próprios pensamentos, chegando à beira da loucura. O que se destaca no livro, porém, é exatamente o modo como a autora torna essa loucura comum. Em um mundo onde todos devem ser “normais” e seguir um “padrão”, respira-se aliviado quando se leem relatos que vão totalmente contra essa vertente e que mostram que viver sem saber muito bem o que fazer é completamente normal.
Sem filtrar e sem romantizar, Tati Bernardi retrata no primeiro momento do livro seu primeiro ataque de pânico. Percebemos, então, grande honestidade (que beira o hilário de tão hiperbólico), em suas histórias. O diferencial nas narrativas da autora é justamente sua vontade de passar sinceridade e a essência das situações em que se encontrou durante sua vida.
Impossível não se identificar, o leitor se encontra nas páginas e em cada palavra. A graça de Depois a louca sou eu é justamente o quão humano esse livro é, pois mostra a capacidade que temos de rir de nós mesmos e seguir em frente, apesar de nossas cabeças cheias de pensamentos, nossas mãos suadas e nossa falta de ar momentânea. E isso Tati Bernardi retrata com sutileza e bom humor.
Sobre a autora: Tati Bernardi formou-se em Propaganda e Marketing pela Universidade Mackenzie. Além da publicidade, dedica-se à literatura como contista, romancista, cronista, roteirista e jornalista. Suas obras são particularmente dirigidas a mulheres jovens e algumas possuem leves nuances feministas.