Se estão ou não certos, só o futuro dirá. Mas quem diz que os carros elétricos à bateria estão com os dias contados é a Mercedes-Benz. Mais precisamente Roland Folger, responsável pela marca no mercado indiano, segundo informações do Observador. Não que carros elétricos deixem de ser uma tendência, muito pelo contrário. Mas a aposta é que a forma de alimentá-los deve mudar.
A ideia é que os carros elétricos funcionarão à base de fuel cell (célula de combustível) nos próximos anos, um modelo já presente no mercado em marcas como Toyota e Mercedes. As fuel cell geram energia à base de Oxigênio (O2) e Hidrogênio (H2) comprimido, combinação que tem água como resultado. O modelo revolucionaria a atual forma de produção de energia de veículos, baseada em combustíveis fósseis e materiais pesados (como o lítio, no caso da bateria).
Como funciona
Basicamente, a energia é gerada por meio da injeção de H2 do tanque, que reagirá com o O2 recolhido do ar. A diferença de tensão garante o abastecimento do veículo, em um processo que é o contrário da eletrólise (processo em que se pega a água e separa-se H2 e O2). O melhor é que as taxas de poluição do ar reduzirão substancialmente. No entanto, muitas questões são levantadas em relação às baterias que ficam: o que fazer com todo o excesso de lítio que existe? Onde despejar as baterias? É um desafio.
Alguns lusófonos
Portugal já começa a produzir veículos da Toyota com modelo fuel cell na cidade de Vila Nova de Gaia, região metropolitana do Porto, no norte do país. As empresas procuram ampliar o desenvolvimento do modelo para massificar tão logo seja possível. O país ainda conta com a Galp, empresa de energia que além de produtos petrolíferos e elétrica, tem entrado no mercado de hidrogênio. Um distribuidor é fundamental para a implementação dos veículos.
No Brasil, veículos com fuel cell 100% brasileiro são encontrados em algumas regiões do Rio de Janeiro, resultado de uma parceria com a universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em São Paulo, um projeto da prefeitura — em parceria com o Ministério de Minas e Energia e com o Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (PNUD) — prometia instalar veículos desse gênero para atender as cidades de São Paulo, Santo André, São Bernardo do Campo e Diadema, em uma extensão de 33 km. Os veículos, porém, não entraram em circulação.
Cabo Verde anunciou, em 2019, que terá 100% de veículos elétricos até 2050, seguindo a tendência mundial. O propósito é parte do projeto de desenvolvimento sustentável que o governo cabo-verdiano está a propor para o país.