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Saiba qual é a pior rede social para a sua saúde

Um estudo desenvolvido em 2017, intitulado “#StatusofMind”, chegou à conclusão que o Instagram é a pior rede social para a saúde mental dos jovens adultos. Porquê? Porque causa os níveis mais elevados de ansiedade, depressão e solidão quando comparada com todas as outras redes analisadas – entre elas o Facebook, o Twitter, o Snapchat e o Youtube. O principal objetivo desde estudo, realizado pela inglesa Royal Society for Public Health (RSPH) em parceria com o Young Health Movement (YHM), foi apurar qual o impacto que as redes sociais têm na vida das pessoas, em particular na saúde mental dos jovens – a faixa etária que mais utiliza as plataformas em análise.

 

O “#StatusofMind” contou com a participação de quase 1.500 jovens, entre os 14 e os 24 anos, oriundos da Escócia, da Inglaterra, da Irlanda do Norte e do País de Gales. Através do relatório lançado, percebe-se que nem tudo é mau, uma vez que todas as redes sociais receberam uma pontuação alta no que toca às questões de expressão e identidade próprias, apoio emocional e sentido comunitário. No entanto, o mesmo documento também realça que “ver amigos constantemente de férias ou a divertirem-se em saídas noturnas pode fazer com que os jovens sintam que estão a perder tudo isso enquanto as outras pessoas aproveitam” e que “esses sentimentos podem promover uma atitude de comparação”.

 

As redes sociais tornaram-se um espaço no qual nós formamos e construímos relacionamentos, formamos a nossa auto-identidade, expressamo-nos e aprendemos sobre o mundo ao nosso redor; está intrinsecamente ligado à saúde mental.”
Shirley Cramer, Diretora Executiva da RSPH
O Instagram foi considerada a pior rede social para a saúde mental dos jovens devido aos altos níveis de ansiedade e depressão que pode causar aos seus utilizadores, quando usado em excesso (Imagem: Reprodução Francisco Gonzalez)

As expectativas surreais que os jovens criam enquanto seguidores das vidas “perfeitas” das outras pessoas no Instagram – seja pelo estilo de vida que promovem ou pelas imagens adulteradas em que os corpos parecem não ter defeitos – resultam em sentimentos de frustração, baixa autoestima, isolamento e negatividade. Além disso, as redes sociais também surgem associadas a um uso excessivo e viciante, que afeta as horas de sono dos utilizadores que, em alguns casos, acordam durante a noite e acedem às suas contas, ou para consumir o conteúdo alheio, ou para publicar algo.

 

As redes sociais têm sido descritas como mais viciantes do que cigarros e álcool e agora estão tão enraizadas na vida dos jovens que não é mais possível ignorá-las quando se fala de problemas de saúde mental dos jovens.(…) É interessante ver o ranking do Instagram e do Snapchat como o pior para a saúde mental e o bem-estar – ambas as plataformas são muito focadas na imagem e parece que podem gerar sentimentos de inadequação e ansiedade.”
— Shirley Cramer, Diretora Executiva da RSPH

 

Face a estes resultados, a Royal Society for Public Health deixou um apelo para que as empresas responsáveis pelas diferentes plataformas de redes sociais introduzissem um sistema de “alerta” (pop-up) por uso excessivo, bem como um mecanismo que permitisse identificar (e deixar explícito para quem vê) as fotos com manipulações digitais. Felizmente, 2018 é um ano em que o “bem-estar” está na moda e Mark Zuckerberg já anunciou que pretende lançar avisos de utilização excessiva no Facebook e no Instagram.

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