“Rolezinho” cult cria interessante fenômeno em São Paulo
(Imagem: Reprodução Contextflorida)
Que no Brasil imperam muitas formas de segregação racial velada, não é novidade para os que conhecem bem a realidade nacional. Surpreendentes entretanto têm sido as formas de reação da sociedade civil com o intuito de mudar esse cenário.
Em São Paulo, a cidade mais populosa do Brasil e cenário de uma das misturas mais diversificadas da sociedade brasileira, está ocorrendo um fenômeno no mínimo inusitado. Um grupo de ativistas da causa negra, dentre eles, artistas, escritores e acadêmicos, pegou emprestado a ideia do rolezinho*, de criar encontros coletivos de grande porte em locais públicos, e passaram a marcar presença em grande número nas galerias de arte mais elitistas do Estado.
Na prática, passaram a promover dentro dessas galerias encontros de um grande número de pessoas negras onde habitualmente só costumam circular pessoas brancas. O resultado foi um grande estranhamento entre o público que frequenta habitualmente esses espaços. Eles normalmente são confundidos com estrangeiros ou convidados de “alguém”.
Os ativistas se veem satisfeitos com o resultado: gerar esse estranhamento faz parte do processo de ruptura com esses padrões segregacionistas que nada acrescentam à sociedade, revelam em entrevista à Folha de São Paulo.
(*Rolezinhos são eventos planejados pela internet, por adolescentes da periferia, com o intuito de promover grandes encontros de socialização e lazer. O fenômeno ficou famoso depois que a presença desses grupos criou confusões em centros comerciais, despertando o preconceito de outras classes sociais.)
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