(Imagem: montagem sobre Reprodução)
“Eu vejo o Brasil como uma série de confrontos – choques de cultura, etnia e filosofias. Os confrontos que geram uma energia incrível, ainda a ser domada, que tem dado vida a uma sociedade complexa. Entre os arranha-céus da megalópole e as árvores da floresta Amazônica bate o coração de um país multicultural que está aprendendo progressivamente a explorar o poder da diversidade. A fotografia contemporânea toma posse desses elementos e emoções, tornando-se um instrumento sólido para as novas gerações e uma linguagem para documentar os ângulos multifacetadas da sociedade brasileira, seus contrastes e identidade renovada.”
É assim que Giuseppe Oliverio, criador e CEO do Museu Fotográfico da Humanidade deu início à sua explanação sobre os fotógrafos brasileiros cujo trabalho vale acompanhar, em artigo para o blog LightBox, da revista TIME. Na peça intitulada “Nove fotógrafos brasileiros que você precisa seguir“. Oliverio lista quatro categorias-conceito da fotografia brasileira, indicando o trabalho dos seus fotógrafos favoritos em cada área.
“A fotografia brasileira é colorida”
João Castilho aborda temas documentais, como a família, a vida e a natureza com tons saturados, ambientes surreais e um ponto de vista muito pessoal. O autor destaca entre os seus trabalhos o projeto Whirlwind, um belo, fantasmagórico e colorido retrato do Sertão, no Nordeste do Brasil.
A cor é também um elemento fundamental para o trabalho do artista multidisciplinar e membro do Magnum Photos membro Miguel Rio Branco, que favorece uma forte narração poética. Ele documenta as cores do Carnaval, da Bahia e do coração africano do Brasil enquanto se aproxima de uma grande variedade de assuntos, do boxe à prostituição.
“A fotografia brasileira é conceitual”
O trabalho de Rogerio Reis pode ser visto como uma análise sobre a imagem e seu uso na sociedade contemporânea. Em Ninguém é de Ninguém, ele explora a questão dos direitos autorais de imagem e espaços públicos nas praias do Rio de Janeiro – um tema que aborda com humor e uma forte sensibilidade estética.
Pedro David também favorece a fotografia conceitual, centrando-se no confronto entre natureza e urbanização. A série Suffocation resume sua visão fotográfica: uma plantação de eucalipto trazidos da Europa substitui e oprime as árvores indígenas, uma metáfora para a relação entre as culturas autóctones e os instalados após a colonização do Brasil.
“A fotografia brasileira é urbana”
Tatewaki Nio vive no Brasil desde 1998 e fotografa contextos urbanos brasileiros com um foco específico na cidade de São Paulo, refletindo a passagem do tempo na paisagem urbana em transformação.
Por outro lado, o trabalho de fotojornalista Daniela Dacorso descreve as tribos urbanas e seus ritmos, a cultura do corpo nas praias do Brasil e da vida nas favelas do Rio de Janeiro.
“A fotografia brasileira é o retrato de uma sociedade em ebolição”
Em Humanae, a fotógrafa Angelica Dass centra-se no espectro étnico e cultural da sociedade.
Breno Rotatori olha para contextos urbanos e suburbanos, ao abordar as mudanças na sociedade brasileira contemporânea.
Já do trabalho de Ana Carolina Fernandes, o autor destaca os últimos três anos de trabalho, em que a fotógrafa carioca aborda questões sociais, de gênero e identidade, pelos olhos de uma comunidade de travestis.