Foi hoje lida a sentença do mais mediático caso judicial a decorrer nos tribunais angolanos nos últimos meses, o caso dos jovens ativistas acusados de atos de rebelião e associação de malfeitores.
A pena mais pesada foi dada a Domingos da Cruz, autor do livro que estava a ser lido pelos ativistas aquando da detenção, que foi sentenciado a uma pena de oito anos e seis meses enquanto líder da associação criminosa.
Luaty Beirão, o rapper luso-angolano que foi a cara mais visível do grupo desde a sua prisão, cumprirá uma pena de cinco anos e seis meses, ficando a aguardar pela cumulação da pena pelo crime de falsificação de documentos de que também é acusado. Este desfecho já tinha sido previsto pelo próprio numa entrevista dada a semana passada.
Nuno Dala, Sedrick de Carvalho, Nito Alves, Inocêncio de Brito, Laurinda Gouveia, Fernando António Tomás “Nicola”, Afonso Matias “Mbanza Hamza”, Osvaldo Caholo, Arante Kivuvu, Albano Evaristo Bingo -Bingo, Nelson Dibango, Hitler Jessy Chivonde e José Gomes Hata foram condenados a quatro anos e seis meses de prisão.
Finalmente, Rosa Conde e Jeremias Benedito tiveram as penas mais leves de “apenas” dois anos e três meses de prisão.
Quando foram conhecidas as penas dos presos políticos houve bastante agitação entre os presentes no tribunal, tendo havido gritos por parte de quem assistia. Francisco Mapanda, conhecido por “Dago”, foi um dos que se revoltou com o desfecho e gritou que o julgamento era “uma palhaçada”, facto que o levou a ser julgado sumariamente por desrespeito ao tribunal, não havendo ainda sentença até ao momento.
Para além disso todos os ativistas terão de pagar custas judiciais no valor de 50 mil kwanzas (aprox. 279 euros).
Quer a acusação, quer a defesa já anunciaram que iam recorrer da sentença.