O estudo que demonstra dados dessa realidade de Timor-Leste foi apresentado durante um debate sobre o fortalecimento do setor privado do país no âmbito do Fórum de Desenvolvimento Nacional (FDN). Um encontro com o intuito de encontrar alternativas à dependência timorense do petróleo e gás natural, promovendo uma economia que intensifique outros setores.
Estes dados foram apresentados pelo investigador Brett Inder, do Centre for Development Economics and Sustainability (CDES), Monash University, que integra uma equipa que nos últimos meses tem analisado vários aspectos da sociedade e economia de Timor-Leste. Embora não descurando algumas melhorias, na sua intervenção destacou que o país, apesar de algumas melhorias, continua entre os países com maior fatia da sua população na pobreza: 68%, segundo o índice multidimensional da pobreza.
Segundo o estudo, registou-se que 68% dos timorenses vivem em “pobreza multidimensional”, com 82% em pobreza ou em risco de pobreza, alguns dos piores indicadores do planeta. Para a construção do índice são levadas em consideração questões como mortalidade infantil, acesso a eletricidade, água e saneamento, tipo de combustível usado para cozinhar e participação escolar.
Inder concluiu na sua intervenção afirmando que Timor-Leste continua a ser uma “economia infantil” está a caminhar para uma realidade pós-petrolífera, tendo de diversificar a economia e reforçar as capacidades do país em dar respostas a estas situações sociais que o estudo indica. É “insustentável depender apenas do petróleo e gás como fonte de receita”, concluiu.