Segundo as informações divulgadas pelo O Democrata, os estudantes da Guiné-Bissau não baixaram os braços perante a greve do setor do ensino público nacional, que ainda se encontra a decorrer e, assim, impossibilita o início das aulas. Como manifestação de profundo descontentamento, os alunos guineenses montaram tendas, colchões e uma cozinha improvisada em frente ao Ministério da Educação, de forma a garantir um acampamento de protesto contra a greve e a luta pela cessação da mesma. Estão no local desde domingo (25 de novembro; 2018) à tarde.
No coletivo que ali se instalou estão integrados, também, colegas do ensino superior e privado – sendo que este último tem mantido um funcionamento regular, com aulas a decorrer. A solidariedade para com os estudantes da escola pública foi o suficiente para mobilizar todo este agregado, até porque, segundo Amadu Djaló, um dos estudantes do setor privado que marcou presença na ocupação, “não faz sentido uns estudarem e outros não“.
“Nenhum país do mundo pode desenvolver-se com um índice alto de analfabetos. Temos constatado constantes salvamentos de anos letivos no país e isso não é nada bom para o desenvolvimento” - Cirilo Indjai, estudante Universitário
Ainda de acordo com a mesma publicação, o porta-voz do Espaço de Coordenação e Concentração das Escolas Públicas e Privadas, Franique Alberto da Silva, afirmou, em declarações à imprensa, que o grupo não se iria retirar facilmente. “Ficaremos aqui até que seja levantada a greve“, garantiu. O porta-voz guineense vai mais longe: “proibiram os nossos pais de estudar e querem também que passemos pelo mesmo. Assim para permitir que seus filhos mandem em nós, como têm feito com os nossos pais”.
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Numa altura em que as aulas já há muito se deveriam ter iniciado, o alegado processo de negociações entre os sindicatos e o governo deixa os estudantes ainda mais frustrados por saberem que, enquanto estas decorrem, a greve continua.