(Imagem: Reprodução nosgenti)
O campo de concentração do Tarrafal, localizado em Chão Bom, tinha como nome “Colónia Penal do Tarrafal” e foi criado pelo Governo português do Estado Novo em 1936 com o intuito de afastar presos problemáticos da capital e mostrar que a repressão dos contestatários era levada ao extremo.
A “Colónia Penal do Tarrafal” encerrou em 1945, mas reabriu em 1961 como “Campo de Trabalho de Chão Bom” utilizado para aprisionar resistentes à guerra colonial em Angola, Guiné-Bissau e Cabo Verde, encerrando por fim a 1 de maio de 1974.
Agora, Cabo Verde vai dar ao campo de concentração uma finalidade pacífica transformando-o em museu, com a ajuda do país que o criou, Portugal. Esta informação foi dada pelo ministro da Cultura cabo-verdiana, Mário Lúcio Sousa, e pelo secretário de Estado da Cultura de Portugal, Jorge Barreto Xavier.
– Já há um entendimento entre nós para criar uma equipa conjunta para fazer a musealização final do antigo campo de concentração do Tarrafal. As coisas terão os seus passos, já avançamos, há uma equipa a trabalhar nos projetos, já há um acordo político e agora sim se vai formar a equipa que começará a trabalhar logo que seja possível – indicou Mário Lúcio Sousa ao África 21.
O secretário de Estado da cultura portuguesa iniciou ontem (dia 08) uma visita de três dias a Cabo Verde com o intuito de fortalecer as relações culturais e constatou que a transformação do campo em museu é um sinal de celebração enquanto cidadãos falantes da língua portuguesa e pertencentes a uma comunidade, sendo este um dos pontos do protocolo de cooperação que será assinado sexta-feira, último dia da visita do governante português.
O protocolo irá incluir acordos nas áreas como património, bibliotecas, literatura, artes, direitos de autor e direitos conexos, arquivos, política do livro entre outros. Os dois países pretendem também fortalecer as relações bilaterais, promovendo outras formas de cooperação.