Porque a conexão é real
No início do passado mês de Junho, estreei-me no continente Africano. Luanda foi o destino. Em Lisboa, muito se ouve falar de Luanda, nas noites na Ilha, da Mutamba*, das quitetas* e das cucas* fresquinhas a acompanhar. Mas cedo reparei que a maioria dos relatos soava-me igual a qualquer relato de um expatriado num país estrangeiro. Esses novos habitantes de Luanda vivem e circulam num cluster por si criados, sem grande interacção com as pessoas locais. Apesar de viverem em Luanda, atrever-me-ia em dizer que não vivem em Angola. Pois, nessa Luanda não há lugar para o candongueiro*, substituído pelo carro particular com motorista, esplanadas por bancas de comida na rua.
Felizmente, tive a oportunidade de conhecer um pouco das duas realidades. Só assim é que nos apercebemos dos vários contrastes, das várias velocidades desta cidade em reconstrução. Devo ao Inocêncio, amigo que conheci na Conexão, que muito agradeço por me ter recebido em sua casa, a oportunidade de conhecer Luanda numa perspectiva local. Levou-me a experimentar funge* e pirão, galinha de dendê, cabritê (iguaria do Congo Democrático popularizado em Angola), passeamos à noite pelo bairro e até estivemos à conversa com uns jovens na rua.
Acredito que o conhecimento das nossas gentes só é possível desta forma, quando se mostra a realidade, vivendo e recolhendo vivência do povo local. E a essa experiência devo-a ao Inocêncio, e aos efectivos laços de amizade que se criam na Conexão Lusófona, independentemente de nos encontrarmos em África, na Ásia ou na América. Porque só desta forma é que a Conexão é Real.
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