Segundo os resultados do Inquérito de Conjuntura no Consumidor do Instituto Nacional de Estatísticas (INE) de Cabo Verde, 78% das famílias cabo-verdianas inquiridas consideraram que não conseguem poupar dinheiro, devido à atual situação económica do país.
Analisando o terceiro trimestre de 2018, e comparando-o com o período homólogo (2017), a percentagem de cabo-verdianos que afirmaram não conseguir poupar dinheiro desceu de 79,3% (2017) para 78% (2018). Já 12% dos inquiridos afirmaram conseguir poupar. Além disso, os dados revelaram que a situação dos núcleos familiares e a do país evoluiu negativamente, face ao mesmo período do ano de 2017.
De acordo com este indicador do INE, os resultados deste ano demonstraram que a confiança do consumidor inverteu a tendência ascendente dos últimos períodos, revelando um abrandamento e uma certa perda de firmeza das famílias cabo-verdianas. A maioria dos inquiridos afirmou que tanto os preços dos bens e serviços, tanto a taxa de desemprego no país aumentaram face ao trimestre homólogo.
Tendo em conta este panorama, prevê-se que, nos próximos 12 meses, a situação financeira das famílias deverá evoluir negativamente, quando comparada com o mesmo período do ano passado. Contudo, o contexto económico do país manter-se-á ao mesmo nível relativamente ao ano de 2017.
No documento disponibilizado pelo INE, lê-se o seguinte: “para as famílias inquiridas, os preços de bens e serviços deverão continuar a aumentar, enquanto que a taxa de desemprego deverá diminuir”. Estas foram as previsões feitas pela população cabo-verdiana, aquando do inquirimento estatístico, revelando um pensamento positivo face ao número de desempregados do país.
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Quanto a certezas absolutas, o mesmo inquérito revelou que 91,9% dos inquiridos afirmaram, convictamente, de que não tencionavam comprar um carro, pelo menos nos próximos dois anos. O mesmo cenário verificou-se no tópico de compra ou construção de casa. A maioria das famílias cabo-verdianas (68,5%) respondeu que não pretendiam adquirir imóveis, num período a curto ou a médio prazo. Em 2017, a certeza ainda foi mais assertiva: 94% garantiram que não queriam comprar ou construir uma habitação. Este ano (2018) apenas 1,7 % dos inquiridos revelou ter um propósito absoluto de adquirir uma casa própria, contra 0,7% no período homólogo.