Países lusófonos sofrem de falta de fundos para sustentabilidade ambiental
(Imagem: Pnuma)
Os países de língua portuguesa tiveram um progresso desigual em relação ao Objetivo de Desenvolvimento do Milênio número 7, que prevê “garantir a sustentabilidade ambiental”.
Em declarações à Rádio ONU, o secretário-executivo da Convenção sobre Diversidade Biológica, Bráulio Dias, apontou as diferentes situações políticas e sociais como um marco na atuação de cada país lusófono nos últimos anos.
– Países como Guiné-Bissau, por exemplo, pouco avançaram dado a dificuldades económicas e políticas. Outros, como Timor-Leste, praticamente estão começando quase do zero, nestes últimos anos, a fazer um esforço para implementar essa agenda. Angola e Moçambique têm uma biodiversidade imensa, mas foi muito impactada durante todo o período de guerra civil e estão também fazendo um grande esforço de recuperação – explicou.
No Brasil, os avanços incluem a atenção dada a áreas protegidas, que resultou na sua ampliação. Dias disse que Moçambique duplicou essas áreas nas últimas décadas.
O especialista destacou que a dificuldade nos lusófonos africanos está em controlar as espécies invasoras e proteger aquelas que são vulneráveis às mudanças climáticas. Mas Bráulio Dias destacou o Brasil como um dos maiores desempenhos mundiais.
– O Brasil apresentou resultados bastante significativos nesta última década. Cabe destacar também o grande avanço em áreas protegidas. O país dobrou a extensão da sua rede dessas áreas. Foi o país que mais reduziu as taxas de desmatamento e desflorestação em todo o mundo nesta última década. Houve uma redução de mais de 80% das taxas de perda de biodiversidade do Brasil desde 2005 até agora.
Mesmo com o vínculo de Portugal com a União Europeia, o país teve a área ambiental afetada pela crise de 2008.
– Portugal sofreu bastante com a crise económica e ainda sofre essas consequências. O grande desafio de Portugal é superar essa crise financeira e poder voltar a ampliar os seus investimentos nas questões ligadas à biodiversidade. O país tem um Instituto de Conservação da Biodiversidade muito bem estruturado, e programas muito importantes na área de biodiversidade marinha. Todo o esforço que a convenção sobre a Diversidade Biológica tem de promover a conservação da biodiversidade marinha se iniciou com uma discussão nas ilhas de Açores.
Para Bráulio Dias, todos os países de língua portuguesa têm dificuldades de mobilizar recursos financeiros. Segundo ele, a Convenção e os seus parceiros apostam em capacitar técnicos para encontrar soluções para cada nação.
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