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Os lusófonos da Ásia sentem-se esquecidos pela CPLP

Luso-asiáticos de dez países estão a organizar-se em bloco para responder ao que consideram ser o esquecimento da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que, segundo estes, está “voltada para as nações ricas”.

 

Joseph Sta Maria, o representante das minorias junto da administração de Malaca e autor do livro “Pessoas Proeminentes na Comunidade Portuguesa em Malaca”, disse que os lusodescendentes de dez países asiáticos estão a organizar a primeira Cimeira da Comunidade dos Portugueses Asiáticos.

 

O encontro terá lugar em Malaca, onde reside uma das maiores comunidades de descendentes de portugueses, por altura da festa do São Pedro, entre 23 e 29 de junho do próximo ano.

 

A assembleia terá representantes da Malásia (Malaca), Índia (Goa, Damão e Diu), Sri Lanka, Singapura, China (Macau), Tailândia (Banguecoque), Austrália (Perth), Indonésia (Jacarta, Ambon e Flores), Timor-Leste e Myanmar.

 

O lusodescendentes crêem poder vir a ter muitos mais membros, uma vez que ainda existem vários grupos de descendentes de portugueses por identificar.

 

António Costa, Primeiro-Ministro português, será convidado para o encontro, visto ser descendente de lusófonos goeses.

 

Segundo Joseph os euro-asiáticos em causa são minorias sem força política, ou seja, não administram países e, como tal, não podem ser incluídas como membros na CPLP e isso é a causa do seu “esquecimento por parte da CPLP”.

 

Questionado sobre ajudas concretas, Joseph Sta Maria deu a ideia de “montar uma aldeia cultural dos portugueses asiáticos” na Ásia, caso “Portugal e os seus parceiros da CPLP” estejam interessados.

 

Essa aldeia de “80 a 100 hectares” totalmente portuguesa seria “um negócio muito lucrativo para a CPLP e para organizações ricas no mundo, com as fundações [Calouste] Gulbenkian e Oriente”, prosseguiu.

 

O projeto, reforçou, seria útil para disseminar a cultura e a língua portuguesas e o catolicismo, ao atrair turistas de todo o mundo.

 

Os portugueses foram responsáveis por muitos dos primeiros contactos dos europeus com o Oriente e chegaram a administrar várias zonas na região, desde Malaca e Timor-Leste a Macau.

 

Leya

2 Comentários

  1. 29 Dezembro, 2015 às 14:03 — Responder

    Falta de respeito! Espero que a CPLP dê rapidamente a mão aos povos que têm ascendências lusofónas e que se sentem lusófonos! Ou a regra para entrar é: ter petróleo?

  2. 29 Dezembro, 2015 às 22:24 — Responder

    Enquanto responsável mundial pela articulação Associativa com as Associações Lusófonas estive na Ásia- Goa, Damão e Bombaim na África do Sul e, como estamos a falar de assuntos fora da Europa, defendi no Dia Mundial de Damão que era altura de arranjarmos a possibilidade de criação de regiões da CPLP, o mais urgente possível. Acharam a ideia arriscada mas com forte possibilidade de desenvolvimento. Daí estar em contacto permanente com a Comunidade de Malaca, de Macau, da Ilha das Flores através de um português com nacionalidade Indonésia. Quem não conhece este maravilhoso povo, nem imagina o que perde e o quanto importante é o seu trabalho local.
    António Bessa Carvalho
    – Vice presidente da CPCCRD

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