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Oficial: Portugal será a nova casa de comunidade Xiita com 15 milhões de membros

O Príncipe Aga Khan IV é filho do Príncipe Ali Khan e da Princesa Tajudowlah, nasceu em Genebra, na Suíça, em 1936, e é o Imã dos ismailis, uma comunidade muçulmana com mais de 15 milhões de pessoas, pertencentes à minoria xiita.

 

Nascido, criado e educado na Europa, segundo valores ocidentais, por escolha dos seus pais e do seu avô, Aga Khan III, a quem sucedeu, este influente príncipe é hoje o líder de uma comunidade poderosa, à qual falta o mais essencial dos bens: uma pátria.

 

Para os ismailis a “pátria” é onde está a sede da Comunidade e a residência oficial de Aga Khan. Até agora a comunidade estava sediada em Chantilly (Paris), mas Aga Khan anunciou que pretendia fixar-se noutras paragens e houve uma verdadeira disputa diplomática entre vários países que pretendiam acolher a comunidade. A escolha recaiu em Lisboa.

 

A razão da disputa é simples, o Príncipe arrasta consigo uma fortuna colossal e a promessa de fazer elevados investimentos no país que o acolhesse, nomeadamente, em investigação científica e cooperação para o desenvolvimento.

 

O facto de em Portugal residirem já sete mil ismailis khoja, de origem indiana, grande parte deles proveniente de Moçambique, perfeitamente integrados e alguns muito bem-sucedidos, casos da família Sana, proprietária da rede de hotéis e dos irmãos Sacoor, proprietários da multinacional de vestuário, foi um dos motivos que influenciou a escolha, bem como por Portugal ter sido o primeiro estado não-muçulmano a reconhecer o comunidade à luz da Lei da Liberdade Religiosa, concedendo-lhe um estatuto idêntico ao que goza o Vaticano.

 

A vinda da comunidade é tão importante que foi assinado um acordo formal com o Estado português, no valor de milhões de euros, que prevê a construção da sede e da residência oficial do Príncipe, em troca da facilidade de movimentos e deslocação para os funcionários que trabalham nas Redes Aga Khan para o Desenvolvimento.

 

A Rede Aga Khan para o Desenvolvimento está em Portugal desde 1983, apesar de só ter sido oficialmente reconhecida em 1996 como uma fundação portuguesa. As atividades da Fundação em Portugal vão desde a investigação à intervenção inovadora nas áreas da educação de infância e nas respostas à exclusão social e pobreza urbana.

 

Em 2005 a fundação assinou um acordo de parceria com o Patriarcado de Lisboa que prevê a colaboração no âmbito de um programa de desenvolvimento comunitário urbano, tendo em vista a produção de respostas inovadoras para problemas decorrentes da exclusão social. Este acordo reflete o compromisso partilhado do Patriarcado de Lisboa e da Fundação Aga Khan Portugal, uma agência da Rede Aga Khan para o Desenvolvimento, na melhoria da qualidade de vida das populações, incluindo imigrantes e minorias étnicas.

6 Comentários

  1. Marcita
    3 Dezembro, 2015 às 12:45 — Responder

    Pedro, sou sua fã. Mais uma matéria inédita e esclarecedora. Parabéns!

    • 3 Dezembro, 2015 às 12:56 — Responder

      Muito obrigado Márcia. Esperamos continuar a trazer este tipo de boas novas e a agradar a quem nos lê. Cumprimentos.

  2. Edwin Goulart
    6 Dezembro, 2015 às 13:59 — Responder

    Adorei ter conhecido conexaolusofona, lindos artigos. Parabéns!

  3. Marcos
    7 Maio, 2016 às 12:33 — Responder

    Apesar de ser boa noticia, não posso deixar de me preocupar com a soberania do português na sua pátria…se a comunidade xiita tem 15 milhões e a portuguesa dez milhões, e se o que os xiitas querem é ter uma terra a que chamem pátria, não será que este acordo no fundo acabou por ser uma venda a remate de uma pátria ? Que será dos portugueses em Portugal quando vão ser uma minoria face esta nova comunidade? Devo dizer enquanto português que estou muito preocupado….

  4. Flavia
    30 Julho, 2016 às 11:41 — Responder

    Tudo pelo dinheiro.

  5. C A S T R O
    22 Maio, 2018 às 11:05 — Responder

    MARCOS é muito pertinente a tua intervenção e sensível aos pontos chaves da sociedade de Portugal, pois como Nação tem-se submetido a qualquer tipo de religião em detrimento do bem-estar dos seus cidadãos, e não nacionalismo retrogrado, pois a religião suga o ESTADO pois não paga impostos e beneficia sempre do melhor deste. Os cidadãos deste €STADO não podem continuar a fomentar FUNDAÇÕES E MAIS FUNDAÇÕES, que tomaram o PODER NA CIDADE, até o Marcelo tem uma Fundação próprias – sugadora de impostos, projecção própria e das sua família como se fossem condes na monarquia – que prostituem, denegrirem a republica através das suas intituições base como a PSP, FAamadas, SNSaúde, ensino obrigatório. Querem ficar cá pagam impostos e contribuem com para a industrialização do país e os investimentos no estrangeiro terão sede em Portugal. Beneficiar Portugal como um todo e não meramente criar ILHAS SOCIAIS e desrespeito pela cultura daqui. quase fim de portuggallal

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