As eleições presidenciais da Guiné Equatorial decorreram nas vésperas das comemorações da revolução dos cravos em Portugal. Os eleitores foram chamados às urnas, numa corrida eleitoral onde Teodoro Obiang, atual chefe de Estado foi considerado o principal favorito, vencendo com larga maioria.
Ao convite do país, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa esteve presente com uma equipa de observadores chefiada pelo embaixador de Timor-Leste junto da CPLP, Antonito de Araújo, para acompanhar o processo eleitoral. De acordo com dados provisórios divulgados pela Junta Eleitoral Nacional, o Presidente, Teodoro Obiang Nguema, no poder desde 1979, foi reeleito com mais de 98% dos votos.
De acordo com um comunicado divulgado pela CPLP, a eleição “decorreu de forma ordeira e pacífica, não havendo registo de incidentes. O ato eleitoral foi acompanhado de um visível dispositivo de segurança”. A equipa visitou um total de 55 mesas de voto nos distritos de Malabo, Baney e Luba, onde puderam constatar que “nos locais visitados, os membros das mesas de voto demonstraram o necessário conhecimento sobre os procedimentos a seguir, o mesmo acontecendo com a generalidade dos eleitores”.
A Guiné Equatorial é membro de pleno direito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, uma aderência que foi muito tempestuosa. Recentemente em entrevista à Lusa, o Ministro dos Negócios Estrangeiros português reiterou que as eleições presidenciais na Guiné Equatorial, seriam “um teste muito importante” sobre o respeito daquele país pelos “valores constitutivos” da CPLP.
Saliente-se que o regime equato-guineense é regularmente criticado por organizações de defesa dos direitos humanos pela repressão a opositores, à sociedade civil e aos meios de comunicação social, assim como pela extensão da corrupção.