Em 19 de setembro de 1956 Amílcar Cabral fundava o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), juntamente com mais cinco camaradas, entre eles o seu irmão Luís Cabral, o partido que continha no seu nome a sua principal missão, lutar pela independência dos dois territórios, fosse de que forma fosse, quer pela via diplomática, quer pela militar.
Quase sete anos depois, a 23 de janeiro de 1963, a guerra colonial eclodia no território. Também em janeiro, no dia 20 de 1973 Amílcar Cabral o histórico político e líder nascido em Bafatá, cidade capital da região com o mesmo nome situada no centro da Guiné, era assassinado em Conacri, capital de uma das outras guinés, a Guine-Conacri.
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Morria o visionário mas o seu sonho permanecia vivo. A luta armada intensifica-se ainda no ano da morte de Amílcal o PAIGC declara no dia 24 de setembro, nas matas de Madina Boé, uma das regiões já libertadas, de forma unilateral a sua independência do país.
Dá-se um período conturbado no plano internacional. Os países comunistas e africanos reconhecem a Guiné-Bissau como um estado de pleno direito a partir desse momento, os outros vão reconhecendo paulatinamente. A 2 de novembro na Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU) é apresentada uma moção para saudar a independência da Guiné. Resultado: 93 votos a favor, 30 abstenções e 7 votos contra. Entre os que votaram contra encontram-se Portugal, Brasil, Espanha, África do Sul, EUA, Grã-Bretanha e Grécia.
A guerra colonial, apesar de estar bem encaminhada para os independentistas, teimava em não acabar. O objetivo adivinhava-se próximo, mas ainda não concluído.
Até que em 25 de abril de 1974 se dá a revolução dos cravos em Portugal, a potência que colonizava o território guineense. Um dos objetivos dos capitães de abril era devolver a liberdade a todas as colónias e a Guiné, fruto de tudo o que já tinha alcançado teria, necessária e logicamente de ser a primeira.
No dia 10 de setembro desse ano Portugal reconhecia a Guiné-Bissau como um estado independente. A primeira das colónias ultramarinas portugueses a ter tal estatuto. O sonho de Amílcar Cabral assumia finalmente forma.
Em novembro desse ano o seu irmão, camarada e cofundador do PAIGC, Luís Cabral, encabeçava a comitiva guineense na transmissão oficial de poderes, para o novo governo da Guiné-Bissau, entregue ao seu partido, que desde então, não mais deixou de o ser.
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