A Conexão Lusófona, enquanto rede global de cidadãos da lusofonia, um movimento em ascensão, tem participado e seguido de perto a agenda política da CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
No próximo mês de julho, ocorrerá a XI Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, que pretende afirmar uma nova fase na vida desta organização internacional. Nesse mesmo mês, a CPLP completará também 20 anos de existência.
No entanto, não se projeta um futuro sem se avaliar o presente e sobretudo auscultar a sociedade civil.
Uma vez mais, a sociedade civil lusófona uniu-se em busca de respostas profícuas quantos aos anseios de uma Comunidade em construção, numa sala repleta de participantes. Cada vez mais têm sido as vozes que reclamam por uma reforma da instituição e um maior envolvimento da sociedade civil no projeto da CPLP.
Fica a pergunta: como será o futuro da CPLP com o mandato dividido por dois países subdivididos em dois anos para cada um?
Polémicas à parte, deste debate saiu sobretudo o apelo da sociedade civil para que os Estados-Membros reforcem o seu investimento, empenho e dedicação ao projeto da CPLP, uma realidade ausente desde a sua criação.
Passados 20 anos, e no momento em que está sendo construída a nova visão estratégica da Organização, os participantes reclamam a ausência do envolvimento direto e participativo da sociedade civil que quiçá não foi auscultada com o devido preparo para este importante momento. A sociedade lusófona mostra-se assim cada vez mais alerta quanto ao rumo de uma Comunidade que lhe pertence.
Este debate foi certamente uma oportunidade de pensarmos em conjunto uma CPLP com mais sociedade civil, mais eficiente e eficaz, mais próxima e informal, mais moderna e desburocratizada.
As novas gerações, na qual eu me insiro, trazem no sangue uma nova lusofonia. Anseiam por resultados rápidos e concretos e estão cansadas de bonitas declarações finais saídas de cimeiras oficiais que na realidade não passam à prática. Atenção que 20 anos não são 20 dias.
Mais do que nunca, precisamos de atitudes e compromissos claros. Precisamos do envolvimento de todos os Estados-Membros na implementação urgente da livre circulação, pelo menos e numa primeira fase, aplicada a segmentos prioritários e estratégicos, como os empresários, artistas, jornalistas, voluntários, estudantes e investigadores.
Certamente urge hoje e mais do que nunca, o arranque da concretização do estatuto do cidadão lusófono/CPLP, um dos muitos projetos que parecem insistir ficar na gaveta.
Termino este meu texto dizendo que a CPLP tem sim futuro, eu acredito, e terá sim futuro se a partir deste momento trabalharmos intensamente e com afinco num maior envolvimento e participação da sociedade civil. E para isso não precisamos de ficar à espera que os Estados nos dêem permissão para o fazer. Podemos ir já entrando sem pedir licença. Este debate foi disso exemplo.
Por outro lado, também acho que é preciso envolver e dialogar cada vez mais com a juventude. Nós, os jovens, seremos os herdeiros deste projeto e os líderes lusófonos de amanhã.
Espero chegar a 2036, daqui a 20 anos, e poder dizer assim:
“É engraçado como dia após dia nada muda, mas quando olhas para trás, tudo está diferente”. Espero que para melhor!
Enquanto isso não acontece:
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