Nise – O Coração da Loucura do realizador Roberto Berliner venceu o Grand Prix de melhor filme do 28º Festival de Tóquio e Glória Pires levou para casa o troféu de melhor atriz.
No discurso de agraciação o realizador referiu-se à psiquiatra Nise de Silveira, em quem se inspirou para fazer a obra, como a sua heroína, apesar de frisar que antes do filme esta ainda não era muito conhecida do público brasileiro.
“Era minha responsabilidade mostrar a história dela para o mundo” acrescentou antes de receber o galardão das mãos da atriz japonesa Kiwa.
No filme Glória Pires interpreta a vida de Nise de Silveira, uma psiquiatra que fica responsável por um hospício no Rio de Janeiro nos anos 40, e que propõe aos seus pacientes que usem atividades lúdicas como a pintura e os cuidado de animais domésticos, como foram de terapia.
Os métodos de Nise são mal vistos pelos seus colegas, que a rotulam de comunista e pelas alas mais conservadoras da psiquiatria, adeptas da lobotomia e dos eletrochoques. Para além dos excelentes resultados terapêuticos as telas dos pacientes de Nise acabaram por receber a atenção de críticos de arte. As obras estão expostas no edifício que acolhe o hospital psiquiátrico e que se transformou no Museu de Imagens do Inconsciente.
A atriz Glória Pires não pôde estar presente na cerimónia para receber o seu prémio das mãos do júri, que era presidido pelo realizador norte-americano Bryan Singer.