A Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC) anunciou hoje em comunicado que “Cabinda é um estado em guerra” e desaconselhou a mobilidade no território.
“A FLEC não se responsabiliza pelas vítimas e danos colaterais resultantes do conflito em curso” pode ler-se no documento assinado por Jean Claude Nzita, o porta-voz do movimento.
Segundo a organização esta tomada de posição resulta do “silêncio de Angola a todos os convites para o estabelecimento de um diálogo alargado com todas as forças vivas cabindesas tendo em vista a negociação de um acordo para a paz para Cabinda”.
A FLEC aponta ainda o dedo à comunidade internacional pelo silêncio e a falta de esforços para resolver os problemas dos cabindenses, com especial enfoque em Portugal, no Reino Unido, em França e nos Estados Unidos da América.
“Cumprindo a missão conferida pelo povo ‘cabindês’, a FLEC/FAC é forçada a retomar a via militar até ao manifesto de uma disposição séria e concreta para o início de um diálogo. Desde 1963, a FLEC/FAC tem a missão e o dever de proteger o povo de Cabinda de todas as agressões e humilhações e punir todos os opressores internos e externos” pode ler-se na tomada de posição.
A FLEC luta pela independência da Cabinda, a província responsável pela maior parte do petróleo produzido em Angola, e considera a região é um protetorado português, tal como ficou estabelecido no Tratado de Simulambuco, assinado em 1885.
Em janeiro de 2010 um atentado levado a cabo pela organização vitimou um jogador do Togo, seleção que se preparava para competir na Taça das Nações Africanas desse ano.