Segundo uma reportagem da CBN (Central Brasileira de Notícias), trata-se de um novo fenômeno, alimentado principalmente pela falta de segurança nas capitais e pelas crises política e econômica. A nova fuga em massa tem como perfil pessoas qualificadas e que não buscam dinheiro, mas qualidade de vida.
De acordo com dados da Receita Federal brasileira, o total de declarações de saída definitiva do país saltou de quase oito mil em 2011 para pouco mais de 13 mil em 2015, um crescimento de 67%. Desde o início da crise econômica, em 2014, quase dois mil brasileiros emigraram de forma legal, tendo como principais destinos os países da Europa, além de Estados Unidos, Austrália e Canadá.
Em entrevista ao repórter Talis Mauricio, a antropóloga americana Maxine Margolis, afirmou que o atual êxodo é algo completamente novo. Primeiro porque no final da década de 1980, quando houve a primeira grande leva de emigração no país, as pessoas que saíam eram das classes média e média baixa, não juízes, médicos ou advogados. Segundo porque, mesmo com hiperinflação, desemprego e baixos salários, o brasileiro de antigamente sempre saiu com perspectiva de voltar ao país, coisa que hoje já não acontece.
– Se pessoas assim, bem estudadas, qualificadas, estão saindo em massa. Isso é muito sério, muito sério. Para a economia melhorar precisa de pessoas qualificadas – declarou Maxine.