Nova geração de fadistas recebe condecoração presidencial
(Imagens: Divulgação Presidência da República Portuguesa)
Os fadistas Ana Moura, Carminho, Katia Guerreiro e Ricardo Ribeiro, e o guitarrista e compositor de fado Mário Pacheco foram agraciados pelo Presidente da República com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique.
A Ordem do Infante, criada em 1960, distingue personalidades que tenham prestado serviços relevantes a Portugal, no país e no estrangeiro, assim como serviços na expansão da cultura portuguesa ou para conhecimento de Portugal, da sua História e dos seus valores.
Em suas páginas oficiais no Facebook, Carminho e Katia Guerreiro manifestaram a alegria pela justa homenagem:
“Comovi-me, porque o reconhecimento do nosso percurso, consistente e coerente, pelo nosso país, comove-me. Há um peso inerente a esta distinção, mas há também um retrospectiva que naturalmente nos assola e nos orgulha.
Obrigada a todos, obrigada meu Portugal!” – Katia Guerreiro
“Tive a honra de ser condecorada com a Comenda da Ordem do Infante Dom Henrique. A ordem foi criada em 1960 e distingue a quem prestar serviços relevantes a Portugal, tanto no país como no estrangeiro.
Sinto, que esta missão cabe-nos a todos nós Portugueses, a missão de levar a nossa cultura os nossos conhecimentos tanto na musica, no desporto ou na ciência e ainda o transmitir dos valores de Portugal por todo o mundo.
O fado, e esta forma de expressão, são no meu caso a minha missão de levar ao mundo a nossa historia. Proponho-me a dar sempre o meu melhor e honrar esta vocação da forma mais verdadeira.
Obrigada a todos por fazerem parte desta “Caravela”.” – Carminho
Veja o perfil dos fadistas homenageados, publicado pela revista Port.com:
Ana Moura, 35 anos
Natural de Santarém, cantou na banda Sexto Sentido. Descoberta pela fadista Maria da Fé, numa noite de fados, a criadora de “Búzios” começou a cantar regularmente no restaurante típico Senhor Vinho, em Lisboa, e fez os primeiros discos com o produtor e músico Jorge Fernando.
O seu mais recente álbum de estúdio, “Desfado”, foi considerado pelo Sunday Times, do Reino Unido, o melhor álbum de 2013 na área da “world music”. O jornal, que tinha já elogiado “Desfado”, afirmou que a voz de Ana Moura é “intoxicante”. O CD de “Desfado”, gravado ao vivo no Festival “Aqui mora o fado”, de 2013, valeu-lhe um Prémio Amália. Entre outros músicos, a fadista gravou com Prince e cantou com a banda britãnica The Rollings Stones.
Carminho, 30 anos
Começou por cantar na casa de fados gerida pela mãe, a fadista Teresa Siqueira, a Taverna do Embuçado, em Alfama. Em 2005 ganhou o Prémio Amália Revelação e, em 2012, recebeu o Prémio Amália de Melhor Intérprete. O primeiro álbum, “Fado”, foi editado em 2009, com produção do músico Diogo Clemente, que tinha já produzido álbuns de Raquel Tavares e Mariza.
Anteriormente, entre outras experiências de palco, Carminho, de seu nome completo, Carmo Rebelo de Andrade, gravou, em 2003, com o grupo Tertúlia de Fado Tradicional, radicado na Suíça, o CD “Saudades do Fado”.
Katia Guerreiro, 38 anos
Nasceu em Vanderbijlpark, na República Sul-Africana, viveu a infância nos Açores e licenciou-se em Medicina em Lisboa, onde fez parte da Tuna Médica e do grupo de teatro Miguel Torga. Anteriormente, tinha feito parte de um rancho folclórico açoriano. Na década de 1990, foi vocalista do gupo de música tradicional portuguesa Os Charruas. A fadista foi descoberta para o fado pelos músicos Paulo Parreira e José Mário Veiga. Este último ainda hoje a acompanha à viola. A fadista canta há cerca de 15 anos e, no seu palmarés, conta com um Prémio Amália Melhor Intérprete.
Ricardo Ribeiro, 33 anos
Começou a cantar ainda jovem nas coletividades de recreio lisboetas e tem como maior referência o fadista Fernando Maurício, que acompanhou e com quem cantou amiúde. O intérprete de “Destino marcado”, já distinguido com dois prémios Amália – Revelação, em 2005, e Melhor Intérprete, em 2010 -, tem colaborado com músicos como Pedro Jóia, Rabih Abou-Khalil e Olga Cerpa, entre outros. O seu primeiro álbum de estúdio data de 2000, “No reino do fado”, tendo editado outros três, o mais recente intitulado “Largo da Memória”.
Mário Pacheco, 60 anos
É filho do guitarrista Mário Pacheco que, entre outros nomes, acompanhou Hermínia Silva. Pacheco, que atualmente dirige o Clube de Fado, em Alfama, começou por tocar viola e, posteriormente, guitarra portuguesa, tendo já acompanhado nomes como Amália Rodrigues, Alfredo Marceneiro, Camané, Hermínia Silva, Max, Tristão da Silva, Mísia, entre outros. Como compositor, é autor de “Cavaleiro monge”, uma criação de Mariza.
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