(Imagem: reprodução Mais Indaiá)
Ainda o Carnaval brasileiro e ainda a polémica sobre o grande vencedor do Carnaval do Rio de Janeiro, o tema do seu samba e o principal financiador da sua parada, a saber, a Escola Beija-Flor, a Guiné Equatorial e o seu Presidente, Teodoro Obiang, respectivamente.
Desta vez foi a vez de Neguinho da Beija-Flor se pronunciar, numa entrevista que concedeu à Gaucha, o músico, que foi intérprete do samba vencedor, disse de uma forma clara não perceber o porquê da polémica sobre a proveniência do dinheiro já que “sem dinheiro sujo, o Carnaval não seria o mesmo”, e acrescentou ainda, para reforçar o seu argumento de que todas as escolas beneficiam de dinheiro pouco honesto “Eu sou do tempo que desfile de escola de samba era uma bagunça. Terminava duas, três horas da tarde. Se não fosse dinheiro da contravenção, hoje não teríamos o maior espetáculo audiovisual do planeta. Agradeça à contravenção”.
Apesar das declarações polémicas, rejeitou que a Escola tenha recebido 10 milhões de reais (3 milhões de euros) do Estado equato-guineense e questionou sobre eventuais patrocínios políticos que outras escolas, que não a Beija-Flor, tenham recebido “A Portela também teve um patrocínio muito forte. O governador do Rio de Janeiro, o Pezão, queria que a Portela ganhasse. Vai dizer que não fez investimento? O prefeito [Eduardo Paes] é portelense doente. Vai dizer que não colocaram dinheiro na Portela?”
Neguinho da Beija-Flor, considerou uma hipocrisia que se condene a Guiné Equatorial, mas que se enalteçam os países europeus, que historicamente também maltrataram negros, índios, judeus e outras etnias.
Por fim, o sambista, que há 40 anos está ligado de perto ao Carnaval do Rio, considerou que a polémica era até vantajosa para a Escola, pois aumentava a sua visibilidade e protagonismo, muito para além da vitória conseguida.