Música angolana além de Kizomba: conheça uma nova geração de talentos
Veja a lista de nomes que prometem fazer-se ouvir na música angolana em 2019. Alguns deles podem ser já conhecidos do grande público, mas todos, sem exceção, pretendem ganhar ainda mais voz no contexto angolano e internacional, no decorrer do próximo ano.
Toy Toy T-Rex
O antigo membro dos Máfia 73, Toy Toy T-Rex, lançou um novo single quando o ano ainda ia a meio, chamado Chá Preto. A faixa serve para promover o EP (extended play) Chá de Camomila, o mais recente trabalho que o rapper está a preparar em estúdio e que promete sair em breve. É um artista jovem, ainda sem muita visibilidade a solo, mas já com uma base de seguidores que acompanham o seu trabalho. No videoclipe, T-Rex apresenta My Way, uma faixa que remete para os primórdios da sua carreira em nome próprio, contida na mixtape 11-se (Eleven-se), que saiu em 2017.
Anabela Aya
Anabela traz-nos afrojazz, blues e gospel através de uma só voz: a sua. Própria, mas com cânticos que relembram outros registos que já conhecemos dos timbres angolanos, a cantora que venceu a 20.ª edição do Festival da Canção de Luanda, em 2017, conta já com cerca de 15 anos de carreira enquanto atriz. Pois bem, toda a lusofonia deve agradecer-lhe por esta decisão de enveredar pelo mundo da música, uma vez que, sem ela, não poderíamos mais ouvir temas como o do videoclipe acima: I love you bué. Esta faixa veio diretamente do seu álbum de estreia, Kuameleli, lançado ainda este ano.
Toty Sa’Med
Toty é cantor, compositor e multi-instrumentista. Conta já com algumas colaborações importantes: uma breve pesquisa na web chegará para encontrar o seu nome associado a artistas como Joss Stone e Sara Tavares. Lançou o seu primeiro EP no último trimestre de 2016, Ingombota, no qual se dedicou a desconstruir (e reconstruir) alguns clássicos do repertório angolano, através da sua voz dançante e do seu violão despretensioso. Com a faixa que encerra este seu trabalho discográfico, Namoro, venceu o prémio de “Melhor Afro-Jazz” em 2017, atribuído pela Rádio Luanda. No vídeo acima vemos, também, um dos resultados desse seu registo, no qual interpreta a canção de Bonga, “Mona Ki Ngi Xiça”.
Irina Vasconcelos
Irina Vasconcelos é dona de uma sonoridade inconfundível e de uma voz poderosa que parece carregar o mundo; podemos dizer que tem tudo para marcar o rock angolano. Em 2012 lançou o álbum “A Safra” com os Café Negro, mas a sua carreira a solo só se iniciou cinco anos depois, em 2017, com o álbum “KAI”. Neste seu primeiro álbum, Irina funde registos como indie rock, urban jazz e world music. É, também, uma artista muito ligada a causas sociais e ao ativismo. No “video-doc” anexado, como aparece descrito pelo canal da cantora no Youtube, a faixa Shoes in my hands é interpretada dentro de um hangar de escravos que data de 1890 – facto que, seguramente, não é fruto do acaso.
A’mosi Just a Label
A’mosi Just a Label é um dos rostos mais referenciados neste nova geração de música angolana. Antes conhecido como Jack Nkanga, decidiu renovar o seu rótulo musical em 2017. A essência é a mesma que já se conhecia: soul, um toque de jazz, o falsete comovente que sempre carregou e a defesa profunda do regresso às origens e da simplicidade – os valores em que acredita enquanto artista e ser humano. Ainda como Jack Nkanga, o artista lançou o seu primeiro EP, Oops, para o qual compôs todas as canções. Já com o seu nome atual – A’mosi -, o artista anunciou este ano, através das redes sociais, o lançamento do seu segundo registo (Konono Soul), ainda sem data de apresentação definida. Pela frente, o músico africano só poderá ter um caminho de sucesso.
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