Cinco anos após a morte do artista moçambicano Malangatana Valente Ngwenya, o seu mural de título”Vovó Chipangara está zangada” patente na cidade da Beira foi declarado património nacional de Moçambique pelo consulado português, que em parceria com o Governo moçambicano assumiu o restauro da obra.
No ano em que Malangatana Valente Ngwenha completaria 80 anos, o consulado português, em parceria com o Ministério da Cultura e Turismo de Moçambique trouxe um novo visual ao mural que se encontrava em estado de degradação. O restaurador português Fernando Mariano e o moçambicano Jonas Tembe, do Museu Nacional de Arte de Maputo foram os responsáveis pela renovação da obra.
Em entrevista à agência Lusa, o cônsul na Beira António Inocêncio Pereira afirmou que esta acção “permitirá resgatar do esquecimento e destruição esta obra do maior pintor moçambicano”.
O restauro, avaliado em mais de 500 mil meticais (sete mil euros), será financiado por algumas empresas portuguesas na Beira.
O mural “Vovó Chipangara está zangada'” foi criado pelo artista em 1970 durante o período colonial, na antiga galeria e auditório da Beira, actual casa da Cultura da província de Sofala.
O mural retrata ideais anti-coloniais de Malangatana, na Beira num dos seus principais bairros, Chipangara (também conhecido como Espangara) cujas difíceis condições de vida inspiraram Malangatana.