Praia de Santa Teresita, a nordeste da província de Buenos Aires na Argentina
Segundo o Daily Mail, um grupo de turistas avista um golfinho bebé nas areias da praia. Rapidamente junta-se uma multidão para tocar no animal e tirar fotos com o mesmo.
Depois das várias sessões fotográficas os turistas deixam o golfinho na mesma areia onde o encontraram. Morre de desidratação poucas horas depois. O corpo já sem vida do golfinho é motivo para nova ronda de selfies.
Na presença de um animal em estado crítico e fora do seu habitat natural as pessoas apressaram-se… a tirar fotografias. Selfies. Número de pessoas que tentaram socorrer a vida que estava ali em perigo: zero!
O caso foi tão grave que a Wildlife Foundation da Argentina (Fundación Vida Silvestre) emitiu um comunicado para alertar para casos idênticos e instruir as pessoas sobre como agir em situações idênticas.
O golfinho de prata (ou franciscano), a espécie de golfinho encontrada na praia da Argentina, tem uma esperança média de vida de 20 anos e é muito vulnerável.
Tão vulnerável que está listado como espécie em risco de extinção pela União para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais. Atualmente já só restam 30 mil espécimes no mundo.
Praia de Ostional, na costa pacífica da Costa Rica
O El País relata outro caso insólito e inacreditável. O litoral costa-riquenho é o lugar escolhido, todos os anos, por centenas de tartarugas para efectuar a desova, por ser isolado e ficar abrigado das chuvas que atingem o país entre agosto e outubro.
As visitas às praias tradicionalmente escolhidas por tartarugas como berço das suas novas crias, são muito limitadas e têm, necessariamente, de ser acompanhadas por guias locais especializados, que explicam todo o ciclo reprodutivo das tartarugas e agem com todos os cuidados para que não haja qualquer interferência humana no complexo processo de desova das tartarugas.
O local costuma ser de difícil acesso, mas como o ano passado choveu pouco na Costa Rica, por ainda se fazerem notar efeitos secundários do El Niño, mante-se acessível a todos durante todo o ano… e foi por isso que o impensável aconteceu.
No facebook foi criado um evento a convidar todos os que quisessem, a dirigir-se ao local para apreciar o momento único e raro da desova das tartarugas. As pessoas convergiram aos milhares para a praia para tirar selfies com os animais, ou fotografias sentadas nas carapaças, perante a passividade das autoridades que não tinham nem preparação, nem meios para lidar com toda esta situação inesperada.
Resultado? As tartarugas deram à costa,não encontraram reunidas as condições necessárias para desovar, e regressaram ao mar sem completar o seu ciclo reprodutivo, ou nas palavras de um dos guardas responsáveis pela praia “Foi um desastre”. Perderam-se centenas de ovos e potenciais novas tartarugas ficaram por nascer.
Estas tartarugas também estão listadas como espécie em risco de extinção pela União para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais.
Parque Waterton Canyon em Denver no Colorado, Estados Unidos da América
O parque natural foi fechado pelas autoridades porque os visitantes insistiam em pôr em risco a sua própria vida apenas para tirar selfies com ursos… de costas voltadas para os animais, relata o Daily Mail.
Segundo responsáveis do parque a situação também tem perturbado, e muito, o bem-estar dos ursos do parque.
Que fenómeno será este que leva pessoas a pôr em risco a sua vida e tudo o que as rodeia, em troca de uma fotografia (selfie ou não), por um pouco mais de atenção e visibilidade numa qualquer rede social?