Até fevereiro de 2016, o Sesc Belenzinho, em São Paulo, recebe a mostra AquiÁfrica. São pinturas, vídeos, desenhos, esculturas e fotografias que abordam questões-chaves para o povo africano, como os problemas de imigração, a xenofobia, o consumo desenfreado, as tradições culturais e os sistemas de poder vigentes em seu continente.

A exposição reúne 13 artistas contemporâneos vindos da Costa do Marfim, Mauritânia, Camarões, Congo, Angola, Senegal, Burkina Faso, Nigéria, Zimbabwe, Benin, Republica Democrática do Congo e Gana.

A maioria dos artistas vêm, não por acaso, de países próximos à face oeste do continente africano, mais perto da América.

– Eu não podia trazer a África inteira, infelizmente”, diz Fürstenberg. “Então escolhi países que tenham relação com o Brasil, porque não se pode esquecer que os escravos foram trazidos de lá – explicou à Folha de S.Paulo a curadora turca Adelina von Fürstenberg, diretora da ONG ART for the World.

O angolano Edson Chagas representa os PALOP dentre os artistas participantes. O fotógrafo nasceu em Angola, em 1977, onde vive e trabalha. O artista usa a fotografia como um processo que investiga a vida cotidiana e também utiliza as imagens para fazer uma crítica ao consumismo.

O fotógrafo angolano participa com a série de fotografias “Oikonomos” (2011), na qual fotografa a si mesmo posando com vários sacos de plástico que cobrem a cabeça. Estes sacos derivam de bens de consumo produzidos em massa encontrados em diversos locais ao redor do globo. Chagas usa este ato performativo para abordar a despersonalização numa época de consumismo global: a individualidade do artista é mascarada por detritos da cultura popular.