(Imagem: Reprodução portalangop)
Bernardo Jorge Martins Correia, mais conhecido por Bangão, morreu na madrugada do último domingo (dia 17), na África do Sul, aos 53 anos, vítima de uma doença no fígado. Bangão era um dos grandes nomes da música angolana, figura célebre do semba de Angola.
Muito do seu sucesso resultou dos seus últimos discos “Sembele” e “Cuidado”.
Da sua experiência conta a passagem pelos grupos musicais: “Tradição” (em 1974), “Processo de África” (de 1976 a 1977) e “Gingas Kakulo Kalunga” (1978). Ganhou, em 1996, o prémio Liceu Vieira Dias com o tema “Kibuikila” (Peste).
Em plena ascensão de carreira, “Bangão” foi convidado, em 1999, a fazer parte da Banda Movimento, como vocalista.
No mesmo ano, saiu vencedor na primeira edição do concurso Semba de Ouro, com a canção “Kangila” (pássaro agoirento) e afirmou-se como cantor e compositor de inequívocos sucessos.
Em 2003, foi consagrado como um dos maiores intérpretes da música popular angolana. Neste ano, ganhou prémios com o tema “Fofucho” (voz maculina do ano e o prémio preservação pela sua persistente defesa da música popular angolana), no Top Rádio Luanda.
As suas músicas apresentavam narrativas autênticas de situações do quotidiano angolano.
Ao longo da sua carreira teve a oportunidade de realizar espetáculos em países como Portugal, Argentina, Namíbia e Brasil, onde chegou a partilhar o palco com o cantor brasileiro Gilberto Gil.
Em reação à morte do cantor, o secretário-geral da União Nacional dos Artistas e Compositores, Belmiro Carlos, considerou em entrevista à Angop que a morte do músico foi “um rude golpe para o mercado cultural angolano, em particular o musical”, reforçando que a nova geração deve olhar para “Bangão” como um rico património a ser preservado, valorizado e difundido.