Moçambique: Realizou-se marcha contra a Xenofobia na África do Sul
Teve lugar no passado dia 25 de abril (Dia da Liberdade, em Portugal), na Cidade de Maputo, uma marcha em repúdio pelos actos de xenofobia que vêm sendo protagonizados contra cidadãos estrangeiros, desde o início do mês, na África do Sul.
A marcha, organizada por três organizações da sociedade civil, nomeadamente a Liga dos Direitos Humanos, o Parlamento Juvenil e a Solidariedade Islâmica, partiu da estátua de Eduardo Mondlane, no Alto-Maé e seguiu pela avenida com o mesmo nome, até às proximidades da Embaixada sul-africana, onde foi entregue uma posição de protesto dirigida ao Presidente Jacob Zuma, contra este mal que vem ceifando a vida de várias pessoas naquele país.
Convém dizer que um dia antes da realização desta marcha, Jacob Zuma respondeu em carta aberta, a uma outra carta aberta do escritor Mia Couto, em repúdio aos actos de xenofobia.
Ainda no âmbito das acções de repugnação, o maior partido da África do Sul, o ANC, realizou na semana finda, uma outra marcha que juntou cerca de dez mil pessoas.
Durante essa marcha, os manifestantes usaram dísticos de total condenação contra os actos xenófobos, tendo chegado a referir que a etnia Zulu, da qual faz parte o Rei Goodwill Zwelithini, era uma comunidade que baseia a sua cultura em maltratar os outros povos. Em cânticos os manifestantes recordaram o hino da África do Sul, que refere que o continente Africano deve ser abençoado.
Na manifestação de Maputo, gritos de “Zuma já foi imigrante em Moçambique” ou “Em África não se pode esquecer o povo vizinho” traziam à memória os momentos de luta e guerra a que Moçambique esteve sujeito, durante a luta contra o Apartheid, por albergar políticos sul-africanos, que fugiam do regime segregacionista naquele país.
Os moçambicanos fizeram ainda lembrar que a África do Sul consome gás natural e energia provenientes do país e que grande parte desta também é lá transformada.
No rescaldo das cenas de violência, cerca de mil cidadãos moçambicanos já regressaram a casa, tendo no caminho passado pelo centro de recenseamento criado pelo governo para o efeito.
Neste momento, os ânimos na África do Sul arrefeceram, mas os moçambicanos que entretanto retornaram, não se mostram motivados a regressar aquele país.
Leia mais:
>> O discurso do Rei que motivou a onda de violência xenófoba na África do Sul
>> Carta do escritor Mia Couto a Jacob Zuma, o Presidente da África do Sul
>> Carta do Presidente Jacob Zuma em resposta à carta de Mia Couto
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