Mindjer: um álbum para celebrar a força e a coragem da mulher guineense
MINDJER, que significa mulher, é o título escolhido para o primeiro álbum solo da cantora guineense Karyna Gomes, com lançamento agendado para Outubro. O tema permeia todas as músicas do trabalho e representa uma homenagem a todas as mulheres guineenses (e de todo o mundo) pela sua força, determinação e coragem.
Para Karyna, o álbum solo após anos integrando projetos coletivos de renome, como o Super Mamba Djombo, é representação do seu momento de maturidade: “já não sou mais uma menina, sou uma mulher, sou mãe acima de tudo”.
A proposta é retratar a forma que a mulher guineense tem: na economia, na liderança, na própria família. são mulheres combatentes pela família e pela pátria, combatentes por um mundo melhor: “Se acordas às cinco da manhã em Guiné-Bissau, elas já estão acordadas desde as 4h, trabalhando na pesca, no mercado, cuidando da família”, conta Karyna.
Em uma conversa desde o Senegal, onde esteve a promover o single de adianto do álbum, Amor Livre, Karyna conta que a nova música já traz bons resultados: “eu sou uma mulher de fé, trabalhei muito e já estou a sentir o retorno das pessoas. Reações de amigos, entre colegas músicos e admiradores do meu trabalho”.
Ao falar de Amor Livre, sente-se na sua voz a paixão pelo novo álbum: “É um tema que tem muito a ver com a mulher, fala de amor, de dor de amor, dos sentimentos da mulher. E é também um alerta para isso tudo. A música tem uma sonoridade única, diferente, do que estamos a costumados a ouvir na sonoridade da música da Guiné-Bissau. Trouxemos o Piano de Cauda, o Chello, o coro. Tudo isso deu à música uma característica muito diferente do que se produz na atualidade na música guineense”.
É esta inovação o trabalho de fundo que conduz o álbum: “buscamos encontrar a sonoridade da Karyna. Os países onde morei e as experiências musicais que tive foram essenciais para formar esta minha sonoridade e está tudo lá”.
Karyna Gomes é de Guiné-Bissau, onde nasceu e cresceu a ouvir música tradicional, música urbana local e ritmos de todo o mundo. é uma das mais talentosas artistas guineenses da atualidade e considera que a sua raiz musical são os “convívios de quintal”, típicos das sociedades mestiças dos trópicos do hemisfério sul, e que é influenciada, nas suas composições, pela sua mestiçagem e vivência em três continentes – África, América e Europa.
Integrou, entre outros, o histórico e revolucionário grupo Super Mama Djombo e já partilhou o palco com artistas como Tito Paris, Bonga e Boss AC, entre outros.
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