Militares da Guiné-Bissau comprometidos com a defesa do património florestal
“10 Milhões de Árvores” é o nome do projeto que que visa implicar os militares guineenses na restauração das florestas nacionais, ameaçadas pela desflorestação e abate desenfreado de árvores.
Segundo Nelson Dias, representante da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) na Guiné-Bissau, a iniciativa “10 Milhões de Árvores” trata-se de uma “ideia no quadro da cidadania”, que pretende envolver os militares em ações concretas, dando um “significado suplementar à presença” da classe castrense no terreno.
“As pessoas falam muito das tropas, mas faltam ações concretas para fazer com as tropas. Penso que ficaram mal conotados com o suposto envolvimento no corte da madeira. Resolvemos elaborar com eles um projeto onde vão estar mais próximos da floresta”, disse Nelson Dias durante um seminário sobre exploração ilegal de recursos naturais e seu impacto na segurança nacional, que decorreu em Bissau nos dias 14 e 15 de dezembro.
Recorde-se que está em curso no país a reforma no sector de defesa e segurança, visando o afastamento da classe castrense das questões políticas, dado o seu envolvimento nos sucessivos golpes de Estado que o país tem vivido nos últimos 40 anos.
Em novembro último, a ministra da Defesa Nacional, Adiato Djaló Nandigna, avançou que as Forças Armadas contam com cerca de 4.200 militares e cerca de 2.000 manifestaram disponibilidade para passar à reforma.
Murtala Dabó, investigador do Instituto da Defesa Nacional, também participante do encontro sobre exploração ilegal de recursos naturais e o seu impacto na segurança nacional, afirmou que o projeto “10 Milhões de Árvores” está ainda em análise, porém acredita que se avançar, o país sentirá o seu impacto.
Esta iniciativa está a ser desenvolvida pelo Instituto de Defesa Nacional em parceria com a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) e o Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas (IBAP).
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