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Maputo recebe a 13ª edição do Festival Internacional de Teatro de Inverno (FITI)

(Imagem: Reprodução Jornal Notícias)

 

Curiosamente, o Festival de Teatro de Inverno acontece num país onde o inverno muito pouco se faz sentir como tal. Para vosso espanto, na capital moçambicana, que acolhe o evento, é possível sentir as “quatro estacões do ano” num só dia, isto porque pode fazer calor, chuva e frio no mesmo dia, menos neve, é claro.

 

Para a sessão inaugural foi apresentada uma peça adaptada do escritor brasileiro José Veiga intitulada “A Máquina Extraviada”, trazendo uma reflexão sobre alguns dilemas da sociedade moçambicana como a corrupção.

 

A trama decorre numa serena cidade que se vê invadida pela chegada de uma máquina estranha no centro da cidade. Passado algum tempo, o objecto passa a ser o ponto de encontro para todo o tipo de encontros, dos mais salutares aos mais maquiavélicos, o que mais tarde cria especulações sobre um certo poder divino ou diabólico que a máquina teria. Mas esta (a Máquina) também atrai o comércio, a prostituição, criando admiração em turistas e até religiosos.

 

É assim que se desenrola uma das peças que abre o FITI, a maior montra de teatro do país que reúne para esta 13ª edição cerca de 25 grupos de teatro que irão actuar às sextas, sábados e domingos de 28 de Maio a 19 de Junho.

 

Para além dos grupos de teatro moçambicanos, também irão actuar grupos convidados de Angola: Enigma com a peça “A Grande Questão”, Resgate com “Hamlet”, Ndinga Mbande com “A Raiva” e da África do Sul: Phillisiwe Twjnstra com a peça “Matty and Sis”.

 

O FITI, que tem estado a inovar a cada ano, traz para esta edição mais componentes para além do teatro, com sessões de música, papo e homenagens.

 

Durante o FITI Papo serão debatidos temas como dramaturgia e influências, a audiência e a relação com os actores, para além do corpo como instrumento de performance. Já no FITI Homenagens, serão enaltecidas personalidades que se destacam na promoção e divulgação desta arte no país.

 

Este festival tem como objectivo a divulgação do produto artístico dos grupos, a troca de experiências e a capacitação dos actores. Teve o seu início em 2004 visando apoiar grupos amadores de teatro por meio da divulgação do seu trabalho artístico, associativismo cultural e formação de actores.

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