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Maior sustentabilidade para as folhas de oliveira? Sim, obrigado

Graças a uma equipa de químicos da Universidade de Aveiro (UA), em Portugal, já será possível viver num mundo em que o tratamento da folha de oliveira é mais ecológico e sustentável. O grupo desenvolveu um novo método de extração do ácido oleanólico destes resíduos e, assim, as indústrias farmacêuticas e de azeite ficam a ganhar com a inovação, que promete valorizar as “milhares de toneladas de folhas que o país produz todos os anos” – como defende o jornal universitário. Este ácido, cuja designação pode soar um pouco estranha à primeira vista, é, na realidade, um elemento bastante comum na maioria dos estômagos que nos leem: está presente em inúmeras frutas e vegetais e faz bem à saúde, podendo atuar contra células cancerígenas, inflamações e alergias.

 

Ana Cláudio, uma das investigadoras do Instituto de Materiais de Aveiro e do Departamento de Química da UA (CICECO), confirmou as suspeitas: o interesse neste ácido, em particular, surge devido aos seus benefícios para a saúde humana. No entanto, e simultaneamente, o facto de Portugal ser um dos maiores produtores de azeite do mundo também não deixou esta investigação indiferente. Esta indústria gera cerca de 1 milhão de toneladas de folhas de oliveira todos os anos (incrível, não acham?) – mas, infelizmente, no contexto atual, para que possam gerar energia, estas ainda são tratadas através de “solventes orgânicos voláteis, muitas das vezes tóxicos e carcinogénicos“, como se pode ler na publicação da UA.

 

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Agora, com esta nova descoberta, Ana Cláudio explicou ser possível extrair o ácido oleanólico através da utilização de soluções aquosas de líquidos iónicos a temperaturas que se assemelham às do ambiente. A investigadora clarificou, ainda, que se utiliza “apenas uma pequena quantidade de líquidos iónicos, sendo que estes últimos apresentam uma pressão de vapor desprezável e, portanto, diminuem a poluição atmosférica“.

 

As boas notícias não terminaram, porque talvez o melhor de tudo seja saber que, no final do processo, os líquidos iónicos e as folhas de oliveira poderão ser reutilizados. E, claro, interessa saber o que daqui virá em termos práticos: as indústrias portuguesas que produzam resíduos agroflorestais (como é o caso das folhas de oliveira) ou alimentares, e cuja composição apresente compostos de valor acrescetado, poderão usufruir desta nova hipótese, mais sustentável. Para isso, basta que as propriedades físico-químicas dos componentes utilizados sejam alvo de alguns ajustes.

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