Organizado pelo movimento #LIBERDADEJA (#FREEDOMNOW), o evento desafiou um coletivo de artistas plásticos de diversos países a criarem obras inspiradas no tema da liberdade de expressão.
A programação contará ainda com uma oficina ongoing onde qualquer artista plástico que produza, no momento do evento e com os materiais disponibilizados, obras subordinadas ao tema, poderá participar.
O evento pretende ser uma oficina de pensamento e de expressão artística, e o trabalho e o lucro resultante das vendas de merchandising, reverterá na totalidade a favor tanto dos próprios presos políticos – para que possam continuar a lutar pelo direito à liberdade de expressão – como para as famílias dos mesmos, que na maioria dos casos eram os únicos provedores dos seus núcleos familiares.
Os organizadores explicam que trata-se de um movimento artístico e solidário, apartidário, constituído de pessoas de vários quadrantes políticos, religiosos e filosóficos.
Os Artistas
André De Castro, 28 anos, é natural do Rio de Janeiro e, hoje em dia, vive nos EUA e trabalha pelo mundo. Os seus mais recentes projetos incluem trabalhos com tentáculos tanto em Nova Iorque como no Rio de Janeiro. Mestre pelo prestigiado MFA (Master of Fine Arts) da Pratt Institute (aluno bolseiro), foi em 2013 galardoado com o primeiro prémio do Never Stop, Never Settle Art Challenge promovido pela Hennessy US e exposto em Miami durante a Art Basel. Atualmente artista da OPUS Project Space, Chelsea, NY.
Com uma experiência profissional que conta com o cargo de diretor de arte na Saatchi and Saatchi NY e designer para os jogos olímpicos e paraolímpicos do Rio2016 o artista e designer André De Castro teve sua primeira exposição solo no Brasil ao ganhar dois editais públicos nos mais prestigiosos centros culturais brasileiros, Caixa Cultural Rio de Janeiro e do Centro Cultural Banco do Brasil. Possui dois livros publicados com suas obras com distribuição internacional. André De Castro tem feito uso da internet e da sua exposição artística internacional para chamar a atenção do mundo para causas sociais, tendo participado e acompanhado os movimentos de protesto da sua geração: a Turquia em 2013, o Occupy em Nova Iorque, as manifestações no Brasil e, mais recentemente, o caso dos ativistas políticos presos em Angola. O objetivo é simples: traduzir e participar visualmente desses acontecimentos sociais e culturais.
Arlette Marques
Artista luso-angolana, agora também brasileira e baiana, Arlette Marques expressa sua arte em telas, selos, tecidos, e o que mais a imaginação criar. Elias Correia, da União dos Escritores Angolanos, comentou sobre a artista: “A sensibilidade artística de Arlette Marques bebe, sobretudo, desta síntese cultural. A representação figurativa, a imaginação, o movimento e a sensualidade de mulheres e de divindades do mar (…) são os pontos cruciais de seu trabalho.
O traçado anatômico tem influência européia, mas as cores que emprega são as de África. A leitura é intuitiva e, por vezes, etnográfica, como foram as obras do inesquecível Neves e Souza, pintor e poeta “africano” nascido em Matosinhos, que adotou Angola como pátria e acabou por falecer em São Salvador da Bahia. O seu mundo é impossível de ser visto apenas com os olhos em Angola, já que o seu trabalho reflete a angústia de uma incessante procura de si própria nas afinidades histórico-culturais existentes no eixo Lisboa-Luanda-Salvador. Daí que sua pintura transporte o teor de uma síntese cultural profundamente miscigenada, com uma tônica que concorre para a harmonização e para a construção de uma angolanidade, que se faz hoje necessária. É no contexto dinâmico, inserido numa lógica de complementaridade, que a pintura de Arlette Marques deve ser vista, interpretada e apreciada.”
Slap SkTr
Artista urbano e de intervenção, é membro fundador da Associação Portuguesa de Arte Urbana, da qual é o atual presidente. É o artista responsável pela reabilitação urbana do túnel de Alcântara em Lisboa, que resultou em várias parcerias e acções de voluntariado.
Ao longo dos últimos anos participou em várias iniciativas de arte urbana, workshops, debates, conferências, e em 2001 pintou as paredes de um Museu na Madeira, anterior à tendência mundial de se levar arte urbana para o interior do museus. A sua componente interventiva, inovativa e de responsabilidade social faz dele um artista de relevo.
No panorama artístico internacional já participou em vários eventos, nomeadamente a X Bienale de Lyon em França, a Regional XII Murau na Austria e a Trienal de Arquitectura de Aichi Nagoya no Japão. Foi também um dos artistas convidados a expor nas Galerias Laffayete em França, onde realizou uma montra de natal em graffiti ao vivo.
Em Portugal, destacou-se pela promoção e execução do projecto 40 anos 40 murais nas celebrações do 40º aniversário do 25 de Abril e pela participação no festival Rock in Rio com um workshop que incluia a interação com o público. Slap SkTr já trabalhou em cidades tão diferentes e prolíferas em arte contemporânea como Marraquesh, Miami, Nova Iorque, Paris, Roma, Sicilia, Barcelona, Chambéry, Berlin, Bruxelas e Amsterdão.
Sendo um dos artistas portugueses com maior portfólio, tão eclético como as técnicas que domina, também já se dedicou à decoração espaços de referência como o Sweet Bass, o LatX Club, o Coconuts Cascais, o Bauhaus Estoril, as instalações da Fidalguia Lisboa, o Armazém do Xhá Porto, várias fachadas e escritorios de empresas, hotéis, lojas, bares e casas particulares.
Maurício Macedo
Maurício Macedo nasceu e cresceu em Amarante, apesar de, nos primeiros três anos de vida ter vivido na Suíça com os pais. Foi a partir de 1994 que, de volta a Portugal, demonstrou desde cedo gosto pelas artes, desde a pintura, o desenho, a escultura. Vindo da área do Design de Comunicação e Multimédia, chegou a frequentar a Faculdade de Belas-Artes de Lisboa mas acabou por não terminar para se dedicar
a outra paixão artística: a dança performativa. Sempre trabalhou e estudou arte, com um gosto especial pelo desenho, desde o retrato ao design de moda, passando por elementos de natureza morta, orgânica ou não, reminiscences do universo infantil da sua terra natal.
Conhecido pelos retratos que executa com paciência, precisão e, principalmente, audaz interpretação das personagens que emprestam a cara, Maurício explora no seu trabalho visual as nuances entre realidade e criação, factos e fantasia, impondo um traço estilizado. A sua obra pauta-se, essencialmente, na projeção e imposição de uma personalidade extravagante em todos os seus retratos e croquis de moda.
Vitó
Nascido no início dos anos 80 no Ribatejo, hoje em dia encontra-se estabelecido em Palmela.
Desde cedo que desenvolveu uma paixão pelo desenho e, apesar de ter uma carreira paralela sem relação com as artes, Vitó nunca parou de desenhar, sendo fortemente influenciado por tatuagens, street art, fanzines e estilos musicais extremos.
O seu trabalho é reconhecido pelos traços fortes e definidos que geralmente apresentam uma série de personagens de desenho animado personalizados.
Mais recentemente, Vitó criou e fundou a Honour & Proud, uma empresa portuguesa de roupa street wear fundada em 2013. A marca cria parcerias com ilustradores e designers para decorar seus artigos, e é popular entre fãs da estética tattoo, bandas de metal e modelos do mercado alternativo.
Embora passe muitas horas dedicado à ilustração digital, o seu trabalho é, na maioria das vezes, uma combinação de técnicas e materiais tradicionais, tais como tintas acrílicas e canetas Posca.
DirtyCop
Pouco se sabe sobre o artista DirtyCop além do facto de ser português, natural de uma ex-colónia por especificar e de ter nascido no início da década de 70, e é assim que o artista prefere ser retratado.
O seu trabalho é de intervenção e toca, muitas vezes, nas feridas política e social com alguma ironia e humor mordaz. Conhecido pelas elaboradas instalações e as marcas de stencil em outras peças, o seu lema é, simplesmente, “o material tem sempre razão”, demonstrando assim o seu carácter hands-on enquanto criativo. Responsável pelo conceito original United Slaves of the World que introduz, com regularidade, nos seus mais recentes trabalhos, explica-o como sendo um “mindset artístico”.
António Gomes AKA 42NA
Licenciado em Artes Plásticas com especialidade em pintura, além de artista plástico tem um vasto trabalho desenvolvido na áreas de ilustração, design gráfco, ensino e formação, e um percurso profissional paralelo enquanto músico e performer (teatro e cinema).
Desenvolvendo simultaneamente trabalho de edição, montagem e realização de videoclips, do vasto currículo de António também consta o cargo de Art Director.
Kurtz Amor
Desde muito novo que Kurtz Amor desenvolveu gosto pela pintura mas foi em 1995 que descobriu a sua preferência por street art quando, pela primeira vez testou os desenhos do papel numa parede.
Foi durante a década de 90 que desenvolveu o seu estilo: pintou em alguns locais em Portugal e participou em algumas intervenções de carácter político com alguns artistas da velha guarda e de renome portugueses. Em 2012 decidiu explorar a europa, e na Irlanda foi convidado por várias galerias a expor as suas obras, nomeadamente na White Lady em Dublin. Foi ainda na Irlanda que conheceu os membros da sua nova crew “1 Major Clique”, composta pelos artistas Marcamix, writer da África do Sul, Oner da Polónia e o irlandês Kevlar; equipa a qual hoje em dia também conta com os membros Mark (writer polaco) e os portugueses Ekyone e Youthone, writer da velha guarda. Hoje em dia, de regresso a terras lusas, dedica-se a outras actividades mas mantém a sua paixão pelo graffiti.
Ana Teresa
Nascida na década de 70, cresceu em um seio familiar alfacinha tão carismático quanto os seus desenhos. Licenciou-se em artes plásticas na ESTGAD e no IADE fez a pós gradução em Ilustração e Banda Desenhada.
Em Lisboa expôs no espaço boémio Zé Dos Bois, em Guimarães participou da primeira edição do evento Noc Noc Capital da Cultura, e nas Caldas da Rainha realizou uma exposição a solo no satírico Museu Bernardo.
No final de 2014 consagrou o seu trabalho no número 211 da Av. da Liberdade, atelier do famoso Gonçalo Pena, um dos seus conhecidos mentores, numa exposição retrospectiva com curadoria do mesmo.
Alternativa demais para as belas artes e demasiado refinada para a arte urbana, Ana Teresa formula o seu próprio estilo com uma série de ilustrações que, num enquadramento Banda Desenhada atípico, já se popularizaram entre as redes sociais: a sua componente humorística é a interpretação dramática de comuns episódios quotidianos, instigando a crítica social.