(Imagem: Reprodução Shutterstock – acervo pessoal )
“Se comeres funge, quisaca e mufete de carapau.
Se Luanda te encher de emoção.
Se o povo te impressionar demais
É porque são de lá os teus ancestrais
Podes crer. No axé dos teus ancestrais.”
Versos de Martinho da Vila, “embaixador cultural”, sambista, gênio da música, grande figura da Lusofonia; o tal.
Você já foi a Luanda? Mora lá? Gostaria de ir? Já ouviu falar? E um mufete de carapau? Já teve o prazer de comer? Vai perder? É de Luanda, mas também se come em Maputo. Se for ao Rio, carapau vira sardinha p’ra grelhar, é mais fácil de encontrar.
Lusofonia é lugar. É Portugal, é Angola, é Brasil, é Guiné, é Moçambique, é São Tomé.
É paladar: É cachupa, é carapau, é feijoada, é bacalhau. É luz, é som, é fonia. Essa última, os teóricos chamam de espaço social delimitado pelas fronteiras da língua.
E a luz? Luz é o brilho nos olhos do que eles conseguem ver. Se quiseres, vê por conta própria. Senão, pegue emprestados, os olhos de Ricardo Rangel, ou de Sebastião Salgado, por exemplo. Irás conhecer e sentir, e porque não, aplaudir, o que alguns cliques numa câmera são capazes de fazer. Um moçambicano, o outro brasileiro, lusófonos por inteiro. Mestres da luz que retratam a fome e a miséria nossa, porque não, mas também todo nosso coração. Nosso swing, nossa bossa, nossa energia e simpatia.
Já o som é diferente. Não só mexe, mas remexe com a gente. Faz do Rio um povo contente. Falo pela minha cidade. Falo em Cartola, em Martinho, em D2, em Toquinho. Os que lêem de Angola certamente têm outros. Em Cabo Verde gosto do Tito, em Portugal da Tavares. E você? Do que você gosta? Convido-te a experimentar, e nesse mundo entrar, para perceber, que aqui tem muito de você.