Denúncias do sistema prisional angolano continua a proliferar, desta vez por parte da organização Human Rights Watch. Numa altura em que os os ativistas angolanos acusados de rebelião já têm mais de mês em cárcere num cumprimento de penas que rondam entre dois a oito anos de prisão.
No comunicado da autoria da Zenaida Machado, da Divisão África da HRW reforça as más condições nas prisões de Angola, como celas sobrelotadas, falta de água potável e violência. Para amenizar a situação segundo a pagina oficial de Luaty Beirão acaba de revelar que segundo fontes dos serviços prisionais, estes decidiram criar melhores condições de habitabilidade para os activistas no estabelecimento prisional de São Paulo. “Vimos que pintaram as paredes e estavam a fazer obras para receber os revús”, confidenciou a fonte.
Luaty Beirão negou ser transferido da Comarca de Viana para o Hospital Prisão São Paulo, quando levaram alguns dos activistas. Embora a sua não aceitação, os serviços prisionais voltaram à comarca de Viana e levaram os outros quatro activistas restantes, incluindo Luaty Beirão, alegadamente à força para o Hospital Prisão São Paulo. Atitude que motivou o início de um protesto (recusando-se também a receber visita e comida da família), de nudez, silêncio e fome por parte do Luaty que afirma:
– Eu não quero ir para um sítio, só porque supostamente tem melhores condições para nós, quando a maior parte dos reclusos vive encarcerado com condições precárias (…)
Segundo o comunicado da Human Rights Watch, a construção de novas prisões não resolverá as principais razões subjacentes à sobrelotação e às pobres condições: o enorme número de detenções arbitrárias, o prolongamento da prisão preventiva e o arrastamento dos procedimentos judiciais.