Aylton Escobar é o compositor de 73 anos que compôs a peça intitulada A Rua dos Duradores – Litania da Desesperança, baseada no Livro do Desassossego a obra de Fernando Pessoa, assinada por Bernardo Soares, um dos seus heterónimos. Aliás, o título da peça é também uma referência ao escritor português, uma vez que Bernardo Soares residida na rua dos Douradores, em Lisboa.
O compositor brasileiro refere-se ao Livro do Desassossego como “o solilóquio de Fernando Pessoa, incomparavelmente mais denso na dor e na beleza” e vai mais longe quando fala sobre o que sentiu ao ler o livro “Com os seus ‘quebrados e desconexos pedaços’, costurei os textos que, enfim, orientaram a minha viagem pessoal pelo mundo das opacidades”. “Fui aprisionado pela suave e cruel sedução do que me contavam aquelas páginas” conclui.
A peça estreou mundialmente no dia 30 de abril em São Paulo e tem a estreia em território nacional, agendada para amanhã (dia 29 de outubro), pelas 21 horas no Grande Auditório da Gulbenkian, onde será interpretada pela Orquestra e pelo Coro da casa, sobre a orientação da maestrina Joana Carneiro.
Este é o primeiro fruto de uma parceria entre a Fundação Gulbenkian e a Orquestra Sinfónica de São Paulo, que prevê a estreia de obras encomendadas a compositores portugueses e brasileiros.
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