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5 Livros da literatura portuguesa que precisa ler já

literatura portuguesa

Que a literatura portuguesa é riquíssima é algo que ninguém coloca em causa. Os livros e as obras de autores lusófonos conquistaram o mundo todo, ao longo de diversos séculos, e estão disponíveis em muitos idiomas que não apenas o português. Mas quando falamos em literatura lusófona ou portuguesa, muita gente só se lembra de grandes clássicos produzidos em Portugal. E a verdade é que existem muitas mais provenientes do Brasil, da Angola, de Moçambique, de Cabo Verde e por aí vai.

 

Por isso, nós separamos cinco livros que você precisa ler, principalmente para se inspirar e conhecer melhor a literatura portuguesa e o que ela pode lhe oferecer. Nesta lista, vamos mostrar a você que existem opções muito além d’Os Maias, de Eça de Queirós, ou d’Os Lusíadas, do Luís Vaz de Camões. Não que essas obras não sejam ótimas, porém você provavelmente já as conhece.

 

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Preparado para conhecer livros que não são os mais populares, contudo são incríveis? Então embarque conosco nessa lista nada convencional com a gente! Veja o que os escritores atuais tem feito e produzido no campo da literatura lusófona.

1. Os vivos, o morto e o peixe frito — Ondjaki

O poeta Ondjaki nasceu em Luanda no final dos anos 1970. Apesar de escrever, ele licenciou-se em sociologia em Lisboa e atualmente faz parte da União dos Escritores Angolanos. É um dos principais nomes da literatura portuguesa atual, principalmente no campo da poesia, prosa e teatro. Suas obras estão traduzidas para francês, inglês, alemão, italiano, espanhol e chinês.

 

E mesmo sendo jovem, já recebeu muitos prêmios, tais como a segunda posição no concurso literário angolano António Jacinto, em 2000, e a láurea do Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco em 2007. No ano seguinte, na Etiópia, o escritor foi consagrado com o prêmio Grinzane por melhor escritor africano de 2008.

 

O título Os vivos, o morto e o peixe frito, de 2014, merece destaque por seu conteúdo. A peça teatral conta uma história através de treze personagens lusófonos, provenientes de países como Angola, Moçambique, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde. Eles passam o tempo todo dentro de um prédio em Portugal.

 

No livro, os personagens de Ondjaki mostram, através do seu cotidiano, como é o convívio entre pessoas de culturas e origens diferentes em um contexto migratório. Nota-se bem aqui a influência da sua licenciatura em sociologia, pois o escritor coloca na mesa uma teia complexa de relacionamentos e dificuldades, inclusive linguísticas.

2. Biografia involuntária dos amantes — João Tordo

João Tordo é outro escritor da nova leva da literatura portuguesa. Com apenas 43 anos, o lisboeta já venceu um Prêmio José Saramago com o seu romance As três vidas. Além disso, foi finalista dos prêmios: Portugal Telecom, Prêmio Fernando Namora, Melhor Livro de Ficção Narrativa da SPA e do Prêmio Literário Europeu.

 

As obras de Tordo estão também traduzidas para vários idiomas. Os principais países que consomem a sua literatura lusófona são França, Alemanha, Itália, Brasil, Espanha e Hungria. Formado em filosofia pela Universidade Nova de Lisboa, ele também é guionista e já participou da criação de muitas séries portuguesas para a televisão.

 

Biografia involuntária dos amantes é um romance denso e cheio de significados ocultos nas entrelinhas. Através da angústia, Tordo relata a história de dois amigos em viagem pela Galiza. Como Francisco José Viegas, do Correio da Manhã, disse, o autor é uma das melhores vozes da ficção portuguesa.

3. O filho de mil homens — Valter Hugo Mãe

Valter Hugo Mãe é um reconhecido escritor angolano que atualmente vive em Portugal. Formado em direito, ele chegou a fundar uma editora nos anos 1990. Depois de se pós-graduar em Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Valter Hugo Mãe começou a se dedicar mais a escrita.

 

Em 2007, recebeu o Prêmio Literário José Saramago com o romance o remorso de baltazar serapião. Além de escrever, o escritor também desenha e apresenta um programa de entrevistas no Porto Canal.

 

O filho de mil homens é uma obra sensível e que fala de amor e humanidade. Através de personagens fictícios, o autor fala de temas corriqueiros e importantes para a construção social. O que o leitor encontrará aqui é uma reflexão sobre o que somos, quem somos e qual o nosso propósito no mundo em que vivemos. A leitura é fluida e leve, apesar das temáticas complexas.

4. Mulheres de cinzas — Mia Couto

O escritor e biólogo moçambicano já recebeu imensas condecorações literárias, entre elas destaca-se o Prêmio Neustadt. Mia Couto é um romancista, poeta e contista renomado e lido em muitas línguas e países. Sua obra é extensa e contempla diversas temáticas, desde a colonização até os desafios enfrentados pelas mulheres no seu dia a dia.

 

O livro Mulheres de cinzas é o primeiro de uma trilogia recente do autor. Nele, Mia Couto, relata o cotidiano do Estado de Gaza, o segundo maior império africano. A recriação ficcional da história de Moçambique pela ótica do romancista é espetacular. O leitor é convidado a fazer uma viagem no tempo e conhecer a história por outro viés, completamente africano e sem a intervenção no colonizador.

 

Mia Couto foi ainda diretor da Agência de Informação de Moçambique (AIM) e trabalhou diversos anos como jornalista. Sua formação é na área da biologia, o que tem forte influência sobre a sua escrita.

5. Um estranho em Goa — José Eduardo Agualusa

O escritor angolano descendente de portugueses e brasileiros é outro destaque das novas gerações de romancistas. Licenciado em agronomia e silvicultura, José Eduardo Agualusa se dedica hoje em dia ao campo das letras. É jornalista, escrito e editor e já colaborou com diversos jornais pelo mundo.

 

Suas obras já lhe renderam bons prêmios, como o de Revelação Sonangol. Também já recebeu o Grande Prémio Literário RTP e o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco da Associação Portuguesa de Escritores. Por se dedicar ao campo da literatura portuguesa juvenil também já foi condecorado com um Prêmio Gulbenkian de Literatura para Crianças e Jovens.

 

A sua notoriedade no estrangeiro também é grande. Já foi destacado pelo jornal britânico The Independent, do qual recebeu o Prémio Independente de Ficção Estrangeira. Foi o primeiro escritor africano a receber tal distinção. Um estranho em Goa também foi aclamado pela crítica.

 

A história do livro fala de um escritor que vai à Goa em busca de informações sobre uma lenda. O romance também faz uma releitura histórica do passado, levando o leitor a terras desconhecidas, onde a realidade e a magia se passeiam de mãos dadas. Os personagens sempre têm diálogos profundos sobre o céu e o inferno.

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