A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) afirmou, por meio de nota publicada em sua página de Facebook, que recebe e acompanha diversas denúncias sobre irregularidades no recenseamento para realização do processo eleitoral que aconteceria em novembro. Parte das denúncias diz respeito ao não registro de pessoas cujos documentos oficiais têm a validade expirada, o que pode distorcer o número de eleitores aptos a votar.
“Em nome de um processo eleitoral pacífico, íntegro, transparente e inclusivo, que oferece confiança a todos os atores políticos e sociais, é absolutamente essencial que as autoridades de administração eleitoral investiguem, com urgência, estas e outras denúncias de irregularidades do registo eleitoral em curso”, diz a nota. “Um recenseamento eleitoral mal feito constitui um meio caminho andado para as eleições não credíveis.”, continua.
Crise institucional
O recenseamento – pré-requisito para as eleições – deveria ter sido realizado em agosto e setembro, mas atrasos na entrega do equipamento biométrico necessário para a tarefa impediu o cumprimento do prazo. Com as novas datas, o processo de registro só terminaria após a data inicialmente marcada para as eleições, em novembro. As discussões agora giram em torno da nova data para eleição, estimada para o primeiro trimestre de 2019.
A oposição denuncia ainda outras irregularidades e partidos sem assento parlamentar querem a deposição do primeiro-ministro Aristides Gomes, que assumiu o cargo em abril deste ano. As decisões – tanto da nova data quanto da deposição do primeiro ministro -, estão a cargo do Presidente da República, José Mário Vaz.