Conhecido no meio musical pela sua maestria com a guitarra, Kay Limak nasceu e foi criado em Timor Leste, ainda durante a ocupação Indonésia, numa altura em que era proibido expressar-se em português.Durante a sua infância, indonésio e inglês eram muito familiares, enquanto o português era uma língua de outrora. “Havia famílias que mantinham o hábito de falar português em casa, era uma espécie de tesouro guardado – diria até um amor de um casal separado à força que anseia por um reencontro que lhes unisse de novo”. Assim Kay descreve a relação dos timorenses com a
língua portuguesa.
Em 1996 a sua família se refugia em Portugal e, por não falar a íngua de Camões, sentiu um enorme choque cultural. A experiência enriquecedora e desafiante marca até hoje a sua trajetória de familiarização com a lusofonia.
“A lusofonia é uma relação de irmandade que une diferenças tanto culturais, étnicas e sócio-políticas – ela representa concretamente a essência antropológica em unificar-se para um objetivo comum. Daí considerar a CPLP um projeto inacabado que deve trabalhar para a diversificação de interesses para outros campos concretos e reais”, explica.
Segundo o músico, Timor tem uma visão estratégica para a CPLP por causa da sua “relação apaixonada com a lusofonia, algo que muitos desconhecem porém será uma questão de tempo!”
Kay Limak é colunista de opinião no portal da Conexão Lusófona.